sexta-feira, 17 de abril de 2009

Pluralismo ideológico

“(…) José Sócrates, primeira figura do partido socialista, considera que Durão Barroso fez um bom trabalho e deve manter-se no cargo. Vital Moreira, primeiro nome na lista do PS para as eleições europeias, acha que Durão Barroso deve sair. Sócrates quer um presidente da nossa raça (para usar uma expressão cara ao Presidente da República), Vital Moreira quer um da sua cor. Certos leitores poderão perguntar: como pode um partido apresentar-se a eleições manifestando simultaneamente uma determinada intenção e a intenção rigorosamente inversa? Censuro a perfídia destes leitores. Desconhecem aquilo a que os cientistas políticos chamam um ‘catch-all party’: um partido político que, com o objectivo de captar o maior número possível de eleitores, renuncia a qualquer ideologia. A originalidade do PS está neste pormenor engenhoso: o partido socialista não rejeita quaisquer ideologias, antes as subscreve a todas (com excepção, talvez, da socialista). O cidadão deseja que Barroso continue? Vote no PS, que tudo fará para o apoiar. Pretende ver Barroso fora da Comissão? Vote no PS, que eles também não querem lá esse bandido. Considera que Barroso deve presidir à Comissão Europeia apenas às segundas, quartas e sextas, cedendo o lugar a, digamos, uma peça de fruta às terças, quintas e sábados? Vote no PS, que há-de haver alguém lá dentro que defende essa orientação. A bem dizer, tanto Sócrates como Vital Moreira sustentam posições compreensíveis: se Durão Barroso sair da Comissão Europeia, Sócrates sabe que, em lugar de ficar obrigado a criar 150 000 empregos, terá de arranjar 150 001, para ocupar mais um desempregado; Vital Moreira não esquece que Durão Barroso mudou do PCTP-MRPP para o PSD e, na qualidade de militante do PCP que passou para o lado do PS, não apreciará vira-casacas. (…)”
Ricardo Araújo Pereira, na “Visão” de ontem (16/04/2009)

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Obviamente, desnaturalizava-a

Em comentário a declarações de Cavaco Silva, a Ministra da Educação afirmou ontem: "Não é normal ter maus resultados a Matemática. Normal é ter bons resultados como às outras disciplinas.” Quais outras disciplinas, senhora ministra? Esqueceu-se certamente daquela milagrosa prova de exame do ano passado, onde a média do exame nacional (1ª chamada; alunos internos) foi de 14 valores?! Relembro-lhe outras médias dos exames nacionais: Geografia A, 11,4; História A, 11,0; Biologia e Geologia, 10,8; Inglês, 10,7; Geometria Descritiva A, 10,5; Português, 10,4; Física e Química A, 9,6. Mas não se pense que a santa oferta do GAVE (em 2008) teve apenas na Matemática a sua expressão, pois em 2007, a média nacional a Matemática havia sido de 10,6 valores, bem acima das médias de: História A, 9,4; Biologia e Geologia, 9,1; e Física e Química A, 7,4. Aliás, a Física e Química A, disciplina que lecciono há vários anos, aposto que, com o actual programa e com as aulas de 90 e de 135 minutos, se os alunos fossem proibidos de usar as calculadoras gráficas (e programáveis) onde colocam em memória o conteúdo de dezenas de páginas de livros e cadernos, nenhum exame digno desse nome obteria uma média nacional acima de 5 valores. Ainda a propósito dos maus resultados a Matemática, prossegue Lurdes Rodrigues: “Este processo de desnaturalização dos maus resultados tem de envolver todos, até os meios de comunicação, até as telenovelas, até os anúncios.” Disse desnaturalização? Segundo o "Dicionário Priberam da Língua Portuguesa’', “desnaturalização” é o acto ou efeito de desnaturalizar. Quanto a “desnaturalizar”, significa privar da nacionalidade; riscar do rol dos cidadãos (de um Estado). Será impressão minha, ou por esta altura, muitos professores deste país, se pudessem, à Senhora Ministra da Educação, obviamente, desnaturalizavam-na!
Apache, Abril de 2009

terça-feira, 14 de abril de 2009

Da inútil disciplina à meritória iniciativa…

Integrado na disciplina de Área de Projecto, um grupo de alunas da Turma D do 12º ano, da Escola Secundária de Estarreja realizou, no passado dia 20 de Março, na Casa da Cultura de Estarreja, um debate sobre o tema ”As Alterações Climáticas”. O debate, para o qual foi convidado (tendo no entanto recusado o convite) o Professor Universitário, Filipe Duarte Santos, contou com a participação do Engenheiro Rui Gonçalo Moura (do blogue “Mitos Climáticos”), do Ambientalista Miguel Oliveira e Silva, do Professor José Castanheira (do Departamento de Física da Universidade de Aveiro) e do Professor Rui Mateus (Biólogo), da Escola Secundária de Estarreja (que fez as honras da casa). Na plateia, além de outros docentes daquele estabelecimento de ensino, encontravam-se vários representantes da comunidade local. Uma iniciativa louvável que certamente contribuiu para que cada um dos presentes vá gradualmente construindo a sua opinião sobre o tema, em alternativa à interiorização acrítica da ridícula doutrina oficial.
Apache, Abril de 2009

domingo, 12 de abril de 2009

Feliz Páscoa!

“Acredito no Deus que fez os homens mas não no deus que os homens fizeram.” [Alphonse Karr] “Deus constrói o seu templo no coração dos homens sobre as ruínas das igrejas e das religiões.” [Ralph Emerson] “Deus é a lei e o legislador do Universo.” [Albert Einstein]

"Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida." [Jesus Cristo]

sábado, 11 de abril de 2009

Transparências... (2)

Mais uma dose de ajustes directos à portuguesa… 5-02-2009; Adjudicante – Direcção-Geral de Infra-Estruturas e Equipamentos; Adjudicado – Companhia Portuguesa de Computadores, Informática e Sistemas SA; Objecto – Renovação do licenciamento de software Microsoft; Montante – 9 986 794,93 euros. Quase dois milhões de contos em software? E o índio sou eu?... 27-11-2008; Adjudicante – Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação; Adjudicado – Apoio XXI, Lda; Objecto – Tradução de documento técnico e tradução consecutiva em acções de formação do Magalhães; Montante – 25 300 euros. Sendo o Magalhães um computador português (Sócrates dixit) esta tradução foi para a língua falada pela Margarida Moreira? 18-12-2008; Adjudicante – Câmara Municipal de Amarante; Adjudicado – Figueras Portugal; Objecto – 126 cadeiras; Montante – 61 903,80 euros. 18-12-2008; Adjudicante – Câmara Municipal de Amarante; Adjudicado – Figueras Portugal; Objecto – 126 cadeiras; Montante – 61 903,80 euros. Não. Não creio que seja engano. Quando os tipos da Câmara de Amarante se aperceberam que as cadeiras custavam a módica quantia de 491 euros e 30 cêntimos cada, correram a comprar mais 126, não fosse a promoção acabar. 31-10-2008; Adjudicante – Águas do Douro e Paiva; Adjudicado – Sumo Publicidade Lda; Objecto – Campanha de sensibilização para o consumo humano de água da torneira; Montante – 199 900 euros. Curioso como uma empresa chamada “Sumo” pode lucrar quando alguém mete água.
Uma empresa pública gasta 40 mil contos em publicidade a água da torneira, não tardará outra, a esbanjar em campanhas de gestão sustentada de recursos hídricos. Pagar-se-á alguma coisa para mandar estes tipos dar banho ao cão?
E já que se fala em publicidade, na paixão do menino Manuel Pinho, o “Allgarve”, só o “Turismo de Portugal IP” gastou em menos de um mês 375 300€, de um total de mais de 4 milhões 250 mil euros, gastos, em pouco mais de seis meses, por aquele instituto público, em ajustes directos.
Apache, Abril de 2009

sexta-feira, 10 de abril de 2009

Que fique claro que eu nunca disse o que disse

“Acabámos com o anterior conceito de falta justificada ou injustificada. Há faltas! Não foi submetido à avaliação contínua? É submetido a avaliação extraordinária. A exigência é muito maior.”
Maria de Lurdes Rodrigues, ao “Diário de Notícias”, em 30 de Outubro de 2007
“Das faltas justificadas, designadamente por doença, não pode decorrer a aplicação de qualquer medida disciplinar correctiva ou sancionatória. (…) Da prova de recuperação realizada na sequência das três semanas de faltas justificadas não pode decorrer a retenção, exclusão ou qualquer outra penalização para o aluno.”
Maria de Lurdes Rodrigues, em Despacho de 16 de Novembro de 2008 [a incumprir o disposto no artigo 22º da Lei nº 3/2008, de 18 de Janeiro]
Apache, Abril de 2009

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Transparências...

Agora, a moda é bisbilhotar o ‘site’ “Transparência na Administração Pública”, local onde se enumeram todos os ajustes directos dos organismos do Estado. Entre tantas transparências, como é habitual, há sempre uma ou outra, interessante… 11-12-2008; Adjudicante – Estado Maior do Exército; Adjudicado – Lovinil Lda; Objecto – Reparações Gerais na cozinha do Hospital Militar Principal; Montante – 149 790 euros. Depois de concluída uma obra de 30 mil contos, na cozinha, espero que a sopinha do rancho melhore consideravelmente. 30-12-2008; Adjudicante – Câmara Municipal de Vila do Bispo; Adjudicado – Augusto Sobral Cid; Objecto – Execução de uma obra escultórica alusiva ao Infante Dom Henrique; Montante – 121 800 euros. 31-12-2008; Adjudicante – Câmara Municipal de Vila do Bispo; Adjudicado – Augusto Sobral Cid; Objecto – Execução de uma obra escultórica alusiva ao Infante Dom Henrique; Montante – 121 800 euros. O Infante Dom Henrique tinha um irmão gémeo? 26-01-2009; Adjudicante – Câmara Municipal da Amadora; Adjudicado – Engitetra, Construções Lda; Objecto – Construção da sede da Associação dos Amigos da Damaia; Montante – 119 767, 39 euros. 09-03-2009; Adjudicante – Câmara Municipal da Amadora; Adjudicado – Engitetra, Construções Lda; Objecto – Construção da sede da Associação dos Amigos da Damaia; Montante – 119 767, 39 euros. Gosto de saber que a Damaia tem tantos amigos. A ideia destas associações deve ter sido dos (sacanas) dos Infantes… 27-11-008; Adjudicante – Secretaria Regional do Plano e Finanças (Madeira); Adjudicado – Christie Manson e Woods Ltd; Objecto – Arrematação da obra de arte “The Honourable East India Company´s ship Dunira passing Funchal Bay on the Island of Madeira” da autoria do pintor inglês Thomas ButtersWorth datado de 1830; Montante – 80 584, 77 euros. 19-02-209; Adjudicante – Direcção Geral das Artes; Adjudicado – Associação Zé dos Bois; Objecto – Produção da obra a apresentar na inauguração da 53ª Bienal de Veneza; Montante – 80 000 euros. Hum… Estou com os tipos das finanças, por mais quinhentos e tal euros prefiro o pintor inglês do século XIX, por um lado, a obra do tipo tem um título que, só por si, vale a diferença e, por outro lado, “Zé dos Bois”… não sei… P.S. Quando for grande quero ir trabalhar para a “Vortal – Comércio Electrónico, Consultadoria e Multimédia SA”, empresa que em 7 meses vendeu ao Estado plataformas electrónicas de contratação para o sector público, no valor de mais de um milhão de euros.
(continua...)
Apache, Abril de 2009

domingo, 5 de abril de 2009

"Obamanias"

O recentemente eleito, presidente norte-americano, Barack Obama, deslocou-se a Londres, na passada terça-feira, para participar na reunião do G20 (o grupo dos vinte países mais industrializados do mundo). Com Obama viajaram mais de 700 elementos do seu ‘staff’ (entre as quais se contavam mais de 200 guarda-costas, vários médicos, enfermeiros e cozinheiros), o “Air Force One” (o Boeing 747-200B presidencial que o conduziu desde os E.U.A ao aeroporto londrino de Stansted), dez helicópteros que escoltaram o “Marine One” (num total de 11 Sikorsky VH-3D, um dos quais transportou o presidente entre o aeroporto e o centro da cidade) e a limusine presidencial, “A Besta” [a maioria dos homens faz questão que o seu automóvel se identifique consigo] que o levou ao local da reunião. Tantas promessa de mudança, mas em termos de taras, nada de novo na Casa Branca.
Apache, Abril de 2009

sábado, 4 de abril de 2009

O lápis azul do Pinóquio cor-de-rosa

O pequeno texto abaixo é do jornalista João Miguel Tavares, foi publicado no Diário de Notícias de 3 de Março passado e levou o Primeiro-Ministro, José Sócrates, a processar o autor. "Ver José Sócrates apelar à moral na política é tão convincente quanto a defesa da monogamia por parte de Cicciolina. A intervenção do secretário-geral do PS na abertura do congresso do passado fim-de-semana, onde se auto-investiu de grande paladino da 'decência na nossa vida democrática', ultrapassa todos os limites da cara de pau. A sua licenciatura manhosa, os projectos duvidosos de engenharia na Guarda, o caso Freeport, o apartamento de luxo comprado a metade do preço e o também cada vez mais estranho caso Cova da Beira não fazem necessariamente do primeiro-ministro um homem culpado aos olhos da justiça. Mas convidam a um mínimo de decoro e recato em matérias de moral. José Sócrates, no entanto, preferiu a fuga para a frente, lançando-se numa diatribe contra directores de jornais e televisões, com o argumento de que 'quem escolhe é o povo porque em democracia o povo é quem mais ordena'. Detenhamo-nos um pouco na maravilha deste raciocínio: reparem como nele os planos do exercício do poder e do escrutínio desse exercício são intencionalmente confundidos pelo primeiro-ministro, como se a eleição de um governante servisse para aferir inocências e o voto fornecesse uma inabalável imunidade contra todas as suspeitas. É a tese Fátima Felgueiras e Valentim Loureiro - se o povo vota em mim, que autoridade tem a justiça e a comunicação social para andarem para aí a apontar o dedo? Sócrates escolheu bem os seus amigos. Partindo invariavelmente da premissa de que todas as notícias negativas que são escritas sobre a sua excelentíssima pessoa não passam de uma campanha negra - feitas as contas, já vamos em cinco: licenciatura, projectos, Freeport, apartamento e Cova da Beira -, José Sócrates foi mais longe: 'Não podemos consentir que a democracia se torne o terreno propício para as campanhas negras.' Reparem bem: não podemos 'consentir'. O que pretende então ele fazer para corrigir esse terrível defeito da nossa democracia? Pôr a justiça sob a sua nobre protecção? Acomodar o procurador-geral da República nos aposentos de São Bento? Devolver Pedro Silva Pereira à redacção da TVI? À medida que se sente mais e mais acossado, José Sócrates está a ultrapassar todos os limites. Numa coisa estamos de acordo: ele tem vergonha da democracia portuguesa por ser 'terreno propício para as campanhas negras'; eu tenho vergonha da democracia portuguesa por ter à frente dos seus destinos um homem sem o menor respeito por aquilo que são os pilares essenciais de um regime democrático. Como político e como primeiro-ministro, não faltarão qualidades a José Sócrates. Como democrata, percebe-se agora porque gosta tanto de Hugo Chávez." Até podia tecer alguns comentários, mas não me agrada a ideia de ser processado ao fim-de-semana. Fica para outro dia…
Apache, Abril de 2009

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Assalto ao poder no Agrupamento de Escolas de Santo Onofre – Caldas da Rainha

Escreve Daniel Mendes, "Assessor Principal" do Director Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo (DRELVT): “Dos factos A Assembleia e o Conselho Executivo do Agrupamento de Escolas de Santo Onofre – Caldas da Rainha, eleitos para o triénio 2007/2010, e actualmente em exercício, não constituíram até à presente data o Conselho Geral Transitório. Esta situação inviabiliza o desencadear do procedimento concursal para a eleição do director nos termos da legislação em vigor. Do Direito 1- O Decreto-Lei nº 75/2008, de 22 de Abril, estabelece no nº 1 do artº. 62º o prazo para desencadear os procedimentos necessários à eleição e designação dos membros do Conselho Geral Transitório. 2- Tal prazo foi prorrogado até 30 de Setembro de 2008, por Despacho Interno de 30 de Abril de 2008, de Sua Excelência a Ministra da Educação. 3- Os números 4 e 5 do referido artigo referem: ”O procedimento de recrutamento do director deve ser desencadeado até 31 de Março de 2009”; “No caso do conselho geral não estar constituído até 31 de Março de 2009, cabe ao conselho geral transitório desencadear o procedimento para recrutamento do director e proceder à sua eleição”. 4- O art.º 66º do supracitado diploma determina que “nos casos em que não seja possível realizar as operações conducentes ao procedimento concursal para o recrutamento do director…, a sua função é assegurada por uma comissão administrativa provisória”.

Conclusão Do que antecede, e, tendo presente que os preceitos legais tal como decorrem da legislação em vigor e acima enunciados não foram assegurados pela direcção executiva em exercício de funções, propõe-se, salvo melhor entendimento, a cessação imediata de funções do actual conselho executivo e a nomeação de uma comissão administrativa provisória, nos termos do art.º 66º do Decreto-Lei 75/2008, de 22 de Abril. À consideração superior.” Escreve o DRELVT, José Joaquim Leitão:

“Concordo e determino a cessação do mandato do actual Conselho Executivo com efeitos a partir de hoje, 2 de Abril de 2009.” Analisando a fundamentação apresentada… Dos factos: 1- O Conselho Executivo cujo mandato agora se faz cessar foi democraticamente eleito em 2007, ao abrigo da legislação, à época em vigor (Decreto-Lei nº 115-A/1998, de 4 de Maio, e o seu mandato terminava apenas em 2010; 2- Nem a Assembleia nem o Conselho Executivo constituíram, até à presente data, o Conselho Geral Transitório, ficando assim inviabilizado o procedimento concursal que conduz à eleição do director. Do Direito: 1- “A assembleia de escola exerce as competências previstas no artigo 10.º do regime de autonomia, administração e gestão dos estabelecimentos da educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 115 -A/98, de 4 de Maio, alterado, por apreciação parlamentar, pela Lei n.º 24/99, de 22 de Abril, e só cessa as suas funções com a tomada de posse dos membros do conselho geral transitório.” (nº 1 do artigo 63º do DL 75/2008); 2- “No prazo máximo de 30 dias úteis após a entrada em vigor do presente decreto –lei [até ao dia 6 de Junho de 2008] , o presidente da assembleia de escola desencadeia os procedimentos necessários à eleição e designação dos membros do conselho geral transitório.” (nº 1 do artigo 62º do DL 75/2008); 3- “Esgotado esse prazo sem que tenham sido desencadeados esses procedimentos, compete ao presidente do conselho executivo ou ao director dar imediato cumprimento ao disposto no número anterior.” (nº 2 do artigo 62º do DL 75/2008); 4- “Os actuais membros dos conselhos executivos (…) completam os respectivos mandatos, nos termos do regime de autonomia, administração e gestão dos estabelecimentos da educação pré -escolar e dos ensinos básico e secundário, aprovado pelo Decreto -Lei n.º 115-A/98, de 4 de Maio, alterado, por apreciação parlamentar, pela Lei n.º 24/99, de 22 de Abril, sem prejuízo do disposto nos números seguintes.” (nº 2 do artigo 63º do DL 75/2008); 5- “Os mandatos das direcções executivas (…) que terminem depois da entrada em vigor do presente diploma são prorrogados até à eleição do director.” (nº 3 do artigo 63º do DL 75/2008) 6- “O mandato do director pode cessar: a) A requerimento do interessado (…); b) No final do ano escolar, por deliberação do conselho geral aprovada por maioria de dois terços dos membros em efectividade de funções (…); c) Na sequência de processo disciplinar que tenha concluído pela aplicação de sanção disciplinar de cessação da comissão de serviço, nos termos da lei.” (nº 6 do artigo 25º do DL 75/2008); 7- “O mandato dos membros do conselho executivo (…) pode cessar: a) No final do ano escolar, quando assim for deliberado por mais de dois terços dos membros da assembleia em efectividade de funções (…); b) A todo o momento, por despacho fundamentado do director regional de Educação, na sequência de processo disciplinar que tenha concluído pela aplicação de sanção disciplinar; c) A requerimento do interessado (…).” (nº 2 do artigo 22º do DL 115-A/1998, revogado pelo DL 75/2008); 8- “O conselho geral transitório assume todas as competências previstas no artigo 13º do presente decreto-lei [competências do conselho geral] cabendo -lhe ainda: (…) Proceder à eleição do director, caso tenha já cessado o mandato dos anteriores órgãos de gestão e não esteja ainda eleito o conselho geral.” (nº1 do artigo 61º do DL 75/2008). Do supra exposto resulta que: 1- No Agrupamento de Escolas de Santo Onofre existia um Conselho Executivo democraticamente eleito com mandato para gerir aquele agrupamento até 2010; 2- Não há factos que provem que a não constituição, no prazo legalmente previsto, do Conselho Geral Transitório constitua culpa ou dolo de qualquer dos membros do Conselho Executivo eleito, nem disso parece suspeitar o DRELVT, pois não ordenou a instauração de qualquer procedimento de inquérito, quanto mais disciplinar. Aliás, a não constituição daquele órgão deve-se ao não aparecimento de listas de docentes, como parece ser do conhecimento da direcção regional; 3- Quer se evoque o DL 115-A/98, entretanto revogado, ao abrigo do qual o órgão de gestão foi eleito, quer se evoque o DL 75/2008, o mandato dos elementos daquele órgão só pode cessar por despacho do DRELVT na sequência de processo disciplinar que tenha concluído pela aplicação de sanção disciplinar de cessação da comissão de serviço, processo esse, sublinho, inexistente; 4- Ainda que existissem listas e o Conselho Geral Transitório estivesse integralmente constituído, este órgão não poderia avançar para a abertura do procedimento concursal conducente à eleição do director porque não terminou o mandato do Conselho Executivo; 5- Do espírito do articulado legal acima apresentado evidencia-se que a nomeação de uma comissão administrativa provisória (CAP), ao abrigo do artigo 66º do DL 75/2008 só tem sentido se o conselho executivo eleito se demitir ou for legal e fundamentadamente destituído ou, tendo este terminado mandato, recusar a prorrogação do mesmo. Mais, mantendo-se o mandato da Assembleia (nº1 do artigo 63º do DL 75/2008), não se vislumbra compatibilidade legal entre esta e a CAP agora nomeada. Em conclusão, salvo melhor opinião, o despacho de 2 de Abril de 2009, do Excelentíssimo Senhor Director Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo é manifestamente ilegal por violação grosseira do disposto nos artigos 61º, 62º e 63º do Decreto-Lei nº 75/2008, de 22 de Abril.

Apache, Abril de 2009

terça-feira, 31 de março de 2009

Charles Smith diz que Sócrates é corrupto

É impressão minha ou, de há uns tempos para cá, muitos portugueses ligam a televisão para ouvirem: "Boa noite, eu sou a Manuela Moura Guedes"?

[Há um desfasamento entre o som e a imagem do vídeo, que não foi possível corrigir]

Apache, Março de 2009

sexta-feira, 20 de março de 2009

Que às vezes apetece, apetece.

“No tempo da outra senhora, ainda era eu menino e auferi da minha saudável dose, a analfabrutice era mais ou menos contida à força de reguadas e palmatoadas nos alunos primários. Hoje em dia, para conter minimamente a epidemia, o regime, de todo asseado e recomendável, teria que ser estendido dos alunos a praticamente todo os intervenientes na cadeia do ensino. Grande parte dos professores universitários, por exemplo, à falta de pelourinho generoso, bem reclamam um tratamento reforçado de reguada nas patorras e ponteirada enérgica pelos cornos abaixo. Até porque, nos casos mais gritantes, ao contrário dos pequenos cábulas de outrora, agravam a burrice com um vício ainda maior e mais torpe: o exibicionismo.”
Dragão, do blogue “Dragoscópio”

segunda-feira, 16 de março de 2009

Ladrões de bicicletas

A tabela seguinte apresenta ano a ano, os valores comparativos dos vencimentos dos docentes, considerando a antiga estrutura da carreira e a nova estrutura resultante do Decreto-Lei nº 15/2007, de 19 de Janeiro. No exemplo apresentado, as perdas ao longo da carreira ascendem a mais de 260 mil euros.
Clique na imagem para ampliar!
Exemplo para um docente licenciado que iniciou a carreira em Setembro de 2000 (com 25 anos de idade), no antigo 3º escalão, pressupondo a reforma aos 65 anos. Supõe-se também que faz parte do grupo de mais de dois terços que (com o actual ECD) não têm acesso à categoria de professor titular. Foram usados como base, os valores de 2009 reportados a 2004, como forma de compensar o facto de no cálculo das perdas acumuladas, se terem usado como vencimentos do 13º e 14º meses (em anos de transição “a meio” de escalão) os menores valores mensais auferidos nesse ano.
Apache, Março de 2009

sábado, 14 de março de 2009

Do ME, com conforto… e tranquilidade

No passado dia 10 de Março, num artigo assinado por Bárbara Wong, o “Público” divulgava as vagas para o concurso de docentes, para o quadriénio 2009-2013, que se iniciaria ontem. A tutela, ao que consta, através das palavras do Secretário de Estado, Valter Lemos, anunciava um total de 20 603 vagas (uma precisão que deixava entender que alguém no ME as tinha contado), no entanto, dois dias depois, através do aviso de abertura do concurso (Aviso n.º 5432-A/2009, de 12 de Março) publicado no Diário da República, constata-se que as vagas são 19 217 (positivas). O mesmo aviso prevê, caso vaguem, a extinção de 2 646 lugares de quadro (vagas negativas). Temos portanto (por diferença entre os dois números, 16 571 vagas reais. A principal novidade deste concurso é a extinção dos lugares de quadros de zona pedagógica (QZP), transferindo os docentes desses quadros para quadros de agrupamento e de escola não agrupada. No entanto, com o número de vagas agora tornado público, ficam sem colocação, 16 407 docentes dos QZP. Num ministério onde uma directora regional não sabe escrever, um secretário de estado não sabe contar e a ministra não sabe interpretar a legislação que assina, os brandos costumes dos professores portugueses lá vão conseguindo fazer parecer que a vida corre com normalidade.
Apache, Março de 2009

quarta-feira, 11 de março de 2009

A crise a que a crise chegou (3)

No passado dia 30 de Janeiro, a Chevron anunciou que os lucros de 2008 foram 28% mais elevados que em 2007, ascendendo a 23,93 mil milhões de dólares. No mesmo dia a holandesa Shell, no balanço de 2008, apresentava lucros de 31,37 mil milhões de dólares, a que corresponde um aumento de 14% face ao ano transacto. Ainda nesse dia, a Exxon Mobil apresentava também o seu relatório e contas, referente a 2008, declarando que batera o seu próprio recorde de empresa mais lucrativa do mundo, com ganhos líquidos de 45,22 mil milhões de dólares (11,4% acima de 2007). A 3 de Fevereiro coube à BP apresentar as contas de 2008. Do relatório anual destacam-se dois factos: o primeiro, o aumento de 39% nos lucros, que ascenderam a 25,59 mil milhões de dólares; o segundo, o despedimento (em 2008) de 3 mil trabalhadores, que justificam com a crise económica global, prevendo que em 2009 sejam obrigados a despedir (pelo menos) mais 5 mil funcionários. Em conjunto, estas 4 empresas lucraram, à taxa de hoje, 98,63 mil milhões de euros. A crise segue dentro de momentos, numa televisão perto de si.
Apache, Março de 2009

domingo, 8 de março de 2009

A crise a que a crise chegou (2)

Porque o prometido é devido, aqui ficam os nomes de duas empresas afectadas pela crise petrolífera, económica, ambiental, internacional, etc. e tal... Foram quebras colossais nos preços do petróleo, investimentos hercúleos em energias renováveis para salvação do planeta e muitas mais tormentas. Não fosse a excelência dos seus gestores e hoje lamentaríamos os resultados. No entanto, há por aí umas más-línguas a dizer que estes lucros se devem à monopolização do mercado, à especulação de preços, aos subsídios do governo, etc. Ok, o preço do petróleo, em euros, atingiu mínimos históricos e os combustíveis em Portugal (na sua quase totalidade produzidos nas refinarias da Galp) permanecem dos mais altos da Europa mas é para as pessoas dosearem o consumo reduzindo as emissões de dióxido de carbono. Sim, a EDP pagou 18,9% de IRS em vez dos 25% do comum mortal, mas foi um incentivo ao investimento em energias alternativas. Pois, é verdade que eles cobraram a electricidade 16,4% acima da média europeia e o gás 41,2% acima, mas reafirmo que há que pensar na salvação do planeta e desincentivar o consumo excessivo. Claro que o número de trabalhadores foi reduzido, dos 13 097 (em 2007) passou-se para 12 245 (em 2008), mas isso deveu-se ao facto de se ter optado por dar a estes trabalhadores a possibilidade de procurarem um emprego mais bem remunerado noutra empresa, que os gestores da EDP querem o melhor para os seus funcionários. Deixemo-nos de maledicências e orgulhemo-nos então, destas duas empresas do sector energético que tanto nos honram com estes lucros (conjuntos) simpáticos, de quase 3 mil euros por minuto.
Apache, Março de 2009

sábado, 7 de março de 2009

A crise a que a crise chegou

A crise parece ser como o Sol, quando nasce é para todos, mas só alguns apanham escaldões. A tabela abaixo mostra os lucros (no ano transacto) dos cinco maiores bancos portugueses. À excepção do Santander Totta, cujos lucros aumentaram ligeiramente (1,5%) face a 2007, todos os outros viram os seus ganhos cair significativamente comparativamente ao ano anterior. No seu conjunto, as quedas ascendem a 40%. Contudo, não vale a pena ficarem com esse ar sisudo e triste, amanhã coloco aqui os nomes de duas empresas portuguesas (ou quase) que conseguiram resultados melhores que no ano anterior. Quanto à banca, não se preocupem muito, pois pode, se necessitar, socorrer-se das garantias do estado para superar estas dificuldades, evidenciadas pelos lucros miserabilistas destas cinco instituições de crédito, que em 2008 não foram além dos cinquenta e quatro euros e oitenta e sete cêntimos… por segundo!

Apache, Março de 2009

terça-feira, 3 de março de 2009

Instrução directa versus construtivismo – Nuno Crato

“Nas últimas semanas, tive de ir algumas vezes a uma rua esconsa do Bairro Alto. Na primeira vez que atravessei a pé o emaranhado de ruas, fiz vários erros. Fui tacteando, e só após algumas voltas dei com o lugar. Da segunda, mal confiado na minha experiência e na minha intuição de lisboeta, voltei a errar e só dei com o sítio após várias tentativas inúteis. À terceira, explicaram-me o caminho das pedras: à esquerda aqui e à direita ali. Não voltei a enganar-me. As minhas primeiras voltas constituíram uma aprendizagem pela descoberta. Não foram muito eficazes. No final, por instrução directa, memorizei um caminho óptimo e não voltei a falhar. Talvez, se tivesse continuado a procurar às apalpadelas, tivesse conseguido encontrar esse caminho óptimo. Mas o processo teria sido muito ineficiente. Lembrei-me das minhas deambulações pelo Bairro Alto ao ler um artigo científico acabado de sair na revista «Cognitive Development» (23, pp. 488–511). Os investigadores que assinam o trabalho, Mari Strand-Cary e David Klahr, do Departamento de Psicologia da Universidade Carnegie Mellon, nos Estados Unidos, comparam a eficácia de dois processos de aprendizagem que estão no cerne de uma velha polémica pedagógica: a aprendizagem pela descoberta e a instrução directa. O filósofo suíço Jean Piaget, um dos defensores da aprendizagem pela descoberta dizia, por exemplo, que, «cada vez que se ensina prematuramente a uma criança algo que ela poderia ter descoberto por si, ela fica impedida de a inventar e, por isso, de a compreender completamente». Várias teorias pedagógicas levaram ao extremo esta ideia, condenando a instrução directa como nociva para a verdadeira aprendizagem e para a criatividade infantil. Mais modernamente, muitos estudos vieram a moderar este ponto de vista, preconizando uma mistura da redescoberta activa, guiada pelo professor, com a instrução directa. Os investigadores de Carnegie Mellon atacaram o problema de frente. Estudaram os efeitos dos dois métodos pedagógicos em algumas dezenas de estudantes dos primeiros anos de escolaridade. O objectivo foi ensinar um processo de controlo de variáveis em experimentação científica elementar, portanto algo central ao desenvolvimento do espírito crítico. Em causa estava a capacidade de distinguir duas variáveis (tipo de superfície e inclinação) no estudo da aceleração de esferas num plano inclinado. As conclusões do estudo, que vêm confirmar estudos semelhantes feitos nos últimos anos, são reveladoras. A percentagem de sucesso das crianças sujeitas a instrução directa é muito maior que a das crianças entregues a um processo de aprendizagem pela descoberta. Essa percentagem, que depende das medidas utilizadas, chega a ser três vezes superior no primeiro grupo. Os investigadores procuraram ainda saber como as crianças tinham assimilado a técnica de separação de variáveis e reavaliaram-nas várias vezes mais tarde (uma semana, três meses e três anos). A conclusão é de novo curiosa: não importa o método de ensino, as crianças que apreenderam o método por instrução directa são tão capazes de o aplicar em situações novas como as que o descobriram por si. O ensino directo não parece ser inimigo da criatividade nem do pensamento independente. Da próxima vez que procurar uma rua no Bairro Alto, vou pedir que me ensinem o caminho.”
Nuno Crato, Pró-Reitor para a cultura científica da Universidade Técnica de Lisboa e Presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática, no “Expresso” de 20 de Dezembro de 2008

sábado, 28 de fevereiro de 2009

A lei é para cumprir, a menos que…

A 14 de Junho de 2007 decorreram eleições para o Conselho Executivo da Escola Secundária Dr. João de Araújo Correia, em Peso da Régua. Ao sufrágio apresentaram-se 3 listas. A lista C, alegando que o candidato que encabeçava a lista B não possuía a qualificação necessária ao exercício do cargo de Presidente do Conselho Executivo, ainda antes do acto eleitoral, recorreu junto da Direcção Regional de Educação do Norte (DREN), da admissão desta lista à votação. Tendo a DREN considerado improcedente a pretensão dos recorrentes, procedeu-se ao acto eleitoral e a citada lista B saiu vencedora. Constatado o facto, um grupo de seis professores daquele estabelecimento de ensino, decidiu-se por interpor uma acção de contencioso eleitoral contra o Ministério da Educação (ME). A 10 de Outubro de 2007, o Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela pronunciou-se favoravelmente às pretensões dos professores, anulando o acto eleitoral e ordenando a sua repetição. O ME, discordando da sentença, recorreu. A 28 de Fevereiro de 2008, o Tribunal Central Administrativo do Norte confirmou a sentença da primeira instância, mandando repetir a eleição. Inconformado, o ME recorreu de novo. Em sentença que transitou em julgado a 19 de Junho de 2008, com a prolação do acórdão do Supremo Tribunal Administrativo, aquele órgão confirmou as decisões anteriores dos tribunais de primeira e segunda instância. Apesar disso, o ME recusou repetir o acto eleitoral alegando que entretanto, com a entrada em vigor do novo Decreto-Lei que aprova o regime de autonomia, administração e gestão dos estabelecimentos de ensino não superior, públicos, as escolas passam a ser lideradas por um Director e não por um Conselho Executivo eleito, não fazendo sentido proceder à repetição do acto eleitoral. Constatando que o ME não pretendia cumprir a decisão do Supremo Tribunal Administrativo, os docentes recorreram de novo ao Tribunal Administrativo e Fiscal de Mirandela, que no passado dia 21 de Fevereiro se pronunciou assim: “Fixa-se o prazo de 15 dias para a prática dos actos de execução devidos, sob pena de imposição aos membros do Conselho Geral Transitório supra identificados (ou do Conselho Geral, se, entretanto, eleito) ou, em última análise à Senhora Ministra da Educação, de sanção pecuniária compulsória, não inferior a 10% do salário mínimo nacional mais elevado por cada dia de atraso no cumprimento dos comandos da sentença que se executa.” Será que a “novela” chega ao fim e o ME vai finalmente cumprir a decisão dos tribunais ou continuará a tentar “passar pelos intervalos da chuva”?
Apache, Fevereiro de 2009

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Nevou no Dubai

No passado dia 24 de Janeiro nevou no Dubai. O fenómeno registou-se a cerca de 1700 metros de altitude, na montanha de Al Jees, a nordeste da cidade de Ras Al-Jamiah e é um acontecimento de tal forma raro, que segundo o jornal “The National”, no dialecto local não existe nenhuma palavra para designar neve. O Dubai, o segundo maior dos sete emiratos que constituem os Emiratos Árabes Unidos, famoso pelas suas monumentais obras de engenharia construiu recentemente uma pista de gelo artificial (dizem que a maior do mundo) em pleno deserto. Mas para parte significativa da população, num território onde as temperaturas costumam variar, em termos médios, entre os 14 ºC de Janeiro e os 41 ºC de Agosto, esta foi uma rara oportunidade de ver neve natural.
Apache, Fevereiro de 2009