É desta forma peremptória que, em entrevista concedida ao portal UOL (Universo Online) no passado dia 11 deste mês, o conceituado meteorologista brasileiro, Luiz Carlos Molion, representante da América do Sul na Organização Meteorológica Mundial, põe (para usar uma expressão brasileira) “a boca no trombone”, deixando algumas respostas muito inconvenientes à propaganda pseudo-científica do alegado “aquecimento global” antropogénico.
Aqui fica (em versão - português de Portugal) a totalidade da entrevista.
"UOL: Enquanto todos os países discutem formas de reduzir a emissão de gases na atmosfera, para conter o aquecimento global, o senhor afirma que a Terra está a arrefecer. Porquê?
Luiz Carlos Molion: Estas variações climáticas não são cíclicas, mas são repetitivas. O certo é que quem comanda o clima global não é o CO2. Pelo contrário! Ele é uma resposta. Isso já foi mostrado por várias experiências. Se não é o CO2, o que controla o clima? O Sol, que é a fonte principal de energia para todo o sistema climático. E há um período de 90 anos, aproximadamente, em que ele passa da actividade máxima para a mínima. Registos da actividade solar, da época de Galileu, mostram que, por exemplo, o Sol esteve em baixa actividade em 1820, de novo no final do século XIX e no início do século XX. Agora o Sol deve repetir esse ciclo, passando os próximos 22, 24 anos, com baixa actividade.
UOL: Isso vai diminuir a temperatura da Terra?
Molion: Vai diminuir a radiação que chega e isso vai contribuir para diminuir a temperatura global. Mas há outro factor interno que vai reduzir a temperatura global: os oceanos e a grande quantidade de calor armazenada neles. Hoje em dia, existem bóias que têm a capacidade de mergulhar até 2.000 metros de profundidade e se deslocarem com as correntes. Elas vão registando a temperatura e a salinidade, e fazem uma amostragem. Essas bóias indicam que os oceanos estão a perder calor. Como eles constituem 71% da superfície terrestre, claro que têm um papel importante no clima da Terra. O [oceano] Pacífico representa 35% da superfície, e ele tem dado mostras de que está a arrefecer desde 1999, 2000. Da última vez que ele ficou mais frio na região tropical foi entre 1947 e 1976. Portanto, permaneceu 30 anos a arrefecer.
UOL: Esse arrefecimento vai-se repetir, então, nos próximos anos?
Molion: Naquela época houve uma redução das temperaturas, e houve a coincidência da Segunda Guerra Mundial, quando a globalização começou a sério. Para produzir, os países tinham que consumir mais petróleo e carvão, e as emissões de dióxido de carbono intensificaram-se. Mas durante 30 anos houve um arrefecimento e falava-se até de uma nova era glacial. Depois, por coincidência, na segunda metade de 1976 o oceano aqueceu e houve um aumento da temperatura. Surgiram então umas pessoas - algumas das que falavam da nova era glacial - que disseram que estava a ocorrer um aquecimento e que o homem era responsável por isso.
UOL: O senhor diz que o Pacífico arrefeceu, mas as temperaturas médias Terra estão mais altas, segundo a maioria dos estudos apresentados.
Molion: Depende de como se medem.
UOL: Mede-se de forma errada, hoje?
Molion: Não é um problema de medir, em si, mas os dados das estações meteorológicas estão a ser enviesados, infelizmente, para mostrar que há aquecimento.
UOL: O senhor está a afirmar que estão a direccionar os dados?
Molion: Sim. Há umas seis semanas, hackers entraram nos computadores da Universidade de East Anglia, na Inglaterra, que é o braço direito do IPCC [Painel Intergovernamental para as Alterações Climáticas], e descarregaram mais de mil e-mails. Alguns deles são comprometedores. Manipularam uma série de dados para que estes, ao invés de mostrarem um arrefecimento, mostrassem um aquecimento.
UOL: Então o senhor garante existir uma manipulação?
Molion: Se você não quiser usar um termo tão forte, podemos dizer que os dados são ajustados para mostrar um aquecimento, que não é verdadeiro.
UOL: Se há tantos dados técnicos, porquê esta discussão do aquecimento global? Os governos têm conhecimento disto ou eles também são enganados?
Molion: Essa é a grande dúvida. Na verdade, o aquecimento global já não é um assunto científico, embora alguns cientistas se tenham envolvido nele. Ele passou a ser uma plataforma política e económica. Da maneira como vejo a questão, reduzir as emissões é reduzir a produção de energia eléctrica, que é a base do desenvolvimento em qualquer lugar do mundo. Como existem países que têm a sua matriz de produção assente nos combustíveis fósseis, não há forma de diminuir a produção de energia eléctrica sem reduzir a produção industrial.
UOL: Isso reflectir-se-ia mais nos países ricos ou pobres?
Molion: O efeito maior seria nos países em desenvolvimento, certamente. Os desenvolvidos já têm alguma estabilidade produtiva e podem reduzir marginalmente a produção de electricidade, por exemplo, melhorando o rendimento dos aparelhos eléctricos. Mas o aumento populacional vai exigir maior consumo. Se a minha visão estiver correcta, os países fora dos trópicos vão sofrer um arrefecimento global. E vão ter que consumir mais energia para não morrer de frio. E isso atinge todos os países desenvolvidos.
UOL: O senhor, então, contesta qualquer influência do homem nas mudanças de temperatura da Terra?
Molion: Os fluxos naturais dos oceanos, os vulcões e a vegetação somam 200 mil milhões de toneladas de CO2 emitido, por ano. A incerteza que temos, deste número, é da ordem dos 40 mil milhões. O homem lança na atmosfera, anualmente, cerca de 6 mil milhões de toneladas, portanto as emissões humanas representam cerca de 3% das emissões totais. Se nesta conferência conseguissem reduzir as emissões humanas para metade, o que são 3 mil milhões de toneladas, por comparação com 200 mil milhões? Não vai mudar absolutamente nada no clima.
UOL: O senhor defende, então, que o Brasil não deveria assinar este novo protocolo?
Molion: Dos quatro do bloco do BRIC (Brasil, Rússia, Índia e China), o Brasil é o único que aceita as coisas, que “abana o rabo” a estas questões. A Rússia “não está nem aí”, a China vai fingir que assina qualquer coisa. No Brasil, a maior parte das nossas emissões vêm de queimadas, o que significa a destruição das florestas. Tomara que dessa conferência saia alguma coisa boa para reduzir a destruição das nossas florestas.
UOL: Mas a redução de emissões não traria nenhum benefício à humanidade?
Molion: A comunicação social fez do CO2 o vilão, dizendo que é um poluente, e não é. Ele é o gás da vida. Está provado que quando você aumenta o CO2, a produção das plantas aumenta. Eu concordo que combustíveis fósseis lancem poluentes. Não por causa do CO2, mas por causa de outros constituintes residuais, como o enxofre, por exemplo. Quando liberado, o enxofre combina-se com a humidade do ar e transforma-se em gotículas de ácido sulfúrico que as pessoas inalam, advindo daí problemas pulmonares.
UOL: Se não há mecanismos capazes de medir a temperatura média da Terra, como é que o senhor prova que a temperatura está a baixar?
Molion: Nós vemos esse arrefecimento, com invernos mais frios, geadas mais fortes, mais tardias e mais antecipadas. Veja o que aconteceu este ano no Canadá. Eles plantaram em Abril, como sempre o fizeram, e a 10 de Junho houve uma geada severa que matou tudo, obrigando-os a replantar. Mas era o fim da Primavera, início do Verão, e deveria estar calor. O Brasil sofre o mesmo problema. Em 1947, a última vez que passamos por uma situação destas, a frequência de geadas foi tão grande que acabou com a plantação de café, no Paraná.
UOL: E quanto ao derretimento dos glaciares?
Molion: Essa afirmação é fantasiosa. Na realidade, o que derrete é gelo flutuante. Ele não aumenta o nível do mar.
UOL: Mas o mar não está a subir?
Molion: Não está. Há uma foto feita por exploradores da Austrália em 1841 de uma marca onde estava o nível do mar, e hoje o mar está no mesmo nível. Existem alguns lugares onde o mar avança e outros onde ele recua, mas isto não está relacionado com a temperatura global.
UOL: O senhor viu algum avanço com o Protocolo de Quioto?
Molion: Nenhum. Entre 2002 e 2008, propunham-se a reduzir em 5,2% as emissões e até agora as emissões têm continuado a aumentar. Na Europa não houve qualquer redução. O assunto tomou conta dos discursos dos políticos que querem ser amigos do ambiente e ao mesmo tempo fazer crer que os países subdesenvolvidos ou emergentes vão contribuir para um aquecimento. Considero isto, uma atitude neocolonialista.
UOL: O que a convenção de Copenhaga poderia discutir de útil para o meio ambiente?
Molion: Seguramente não seriam as emissões de CO2. O dióxido de carbono não controla o clima. O que poderia ser discutido seria: como melhorar as previsões de eventos, como: grandes tempestades, furacões ou secas; e tentar encontrar formas de adaptação do ser humano a estas situações; ou como produzir plantas que se adaptem ao sertão nordestino, com menor necessidade de água. E assim, conseguir reduzir as desigualdades sociais do mundo.
UOL: O senhor sente-se uma voz solitária neste discurso contra o aquecimento global?
Molion: Aqui no Brasil há algumas, e é crescente o número de pessoas contra a teoria do aquecimento global. O que posso dizer é que sou pioneiro. Um problema é que quem não é favorável à teoria sofre retaliações, vê os seus projectos reprovados e os seus artigos não são aceites para publicação. No entanto, eles [governantes] estão a prejudicar a Nação e a sociedade, não a minha pessoa."
E por cá? Exceptuando os Engenheiros Rui Moura, José Delgado Domingos e Jorge Pacheco de Oliveira, o Professor João Corte-Real, e o Matemático Jorge Buesco, a rapaziada das universidades anda afónica e com o seu silêncio vai permitindo que esta palhaçada continue a infestar os livros de Física e Química do Ensino Secundário e vários livros habitualmente recomendados, no Superior. Até quando?
Apache, Dezembro de 2009