terça-feira, 15 de dezembro de 2009

RAP é a “Miss Dezembro” da Playboy

“Veja o leitor o que pode acontecer a um cidadão incauto. A revista Playboy manifestou o desejo de me entrevistar. Como todas as pessoas que não têm nada para dizer, gosto muito de ser entrevistado. Por isso, aceitei. E devo ter dado uma entrevista de tal forma sensual que a Playboy resolveu colocar a fotografia do meu rosto apolíneo na capa. Sim, sim: na capa. No sítio em que costuma estar uma senhora nua, estou eu sozinho. Como sempre costuma acontecer, assim que eu entro as senhoras nuas desaparecem. Sou, portanto, a capa da revista Playboy deste mês. Quando me fui deitar, era um pacato pai de família; quando acordei, era a Miss Dezembro. Uma coisa é eu ser um humorista; outra é a minha vida ser ridícula. Deus sabe quanto tenho tentado separar as águas, mas tem sido quase sempre em vão.
Não sei quantos leitores perdeu a Playboy com esta capa, mas posso garantir que perdeu um: eu não compro aquilo, de certeza. Por um lado, é óbvio que as fotografias foram submetidas ao tratamento do photoshop e outras ferramentas de correcção de imagem: o meu nariz tem bastante mais celulite do que parece ali. Por outro, impressiona-me que este seja, até agora, o maior sinal de que o momento que vivemos é mesmo grave. A Playboy, especialista na divulgação de mulheres nuas, publica, este mês, um homem (se isto é um homem) vestido. É bem verdade que a crise não é apenas financeira - é também uma crise de valores. Esta interrupção súbita e sem aviso da exploração do corpo feminino é, evidentemente, imoral. Eu sempre gostei de explorações. E gosto mais ainda do corpo feminino, um gosto que é exacerbado pelo pouco contacto que tenho com ele. Ver-me agora envolvido na suspensão das actividades exploratórias é uma mancha de que a minha biografia não precisava.
A Playboy justifica o despautério com o facto de me ter eleito homem do ano, uma ofensa que 2009, por muito mau que tenha sido, não merecia. Significa isto que, no espaço de um mês, fui distinguido pela ILGA e pela Playboy. O mundo homossexual e o mundo heterossexual deram as mãos e convergiram na necessidade urgente de me agraciar. Que se passa com o mundo? Homossexuais e heterossexuais têm tido, desde sempre, discordâncias, conflitos, tensões. Quando finalmente concordam, dá isto. É bom que os apreciadores da paz e da concórdia façam uma reflexão profunda sobre as ideias que defendem. O que em teoria é bonito, na prática pode ser grotesco.
Resta a curiosidade de saber como vai este número da Playboy trilhar o seu caminho. Que mecânicos irão buscar o martelo e os pregos para pendurarem a minha entrevista na parede das suas oficinas? Que adolescentes se entusiasmarão, no recato dos seus quartos, com as minhas opiniões sobre o sentido da vida? E, a mim, sobra-me o consolo amargo de, finalmente, poder dizer que já tive intimidades com uma capa da Playboy.”
Ricardo Araújo Pereira, na “Visão” da passada quinta-feira (10 de Dezembro)
A ilustrar este texto, poderia colocar a capa da Playboy de Dezembro, mas como o frio, para já, resolveu o problema das formigas no açucareiro, em nome da “reflexão profunda” a que o Ricardo apela optei antes por uma foto da GQ de Novembro.

[Helena Costa]

sábado, 12 de dezembro de 2009

O “Aquecimento Global” e os Ciclones (2)

A comunicação social costuma difundir exaustivamente notícias de que nos últimos anos tem havido um aumento da intensidade dos ciclones. Tais notícias, não são corroboradas pelos factos, pelo contrário, o mundo real tem-se recusado a alinhar com as estapafúrdias teorias da moda. A demonstrá-lo deixo (de novo) um gráfico publicado pela Universidade da Florida, onde se representa a Energia Acumulada em todos os ciclones que existiram no planeta, desde que se iniciaram medições por satélite (em 1979), destes valores (Accumulated Cyclone Energy (ACE)). Como resulta evidente, nos últimos anos os ciclones têm vindo a diminuir a sua intensidade, sendo os valores registados este ano, os mais baixos desde que se efectuam este tipo de leituras. É portanto expectável que nos próximos anos, os ciclones se possam tornar mais violentos, não devido ao alegado “aquecimento global”, mas porque os níveis de energia actuais são de tal forma baixos que não há muito mais margem para reduções.

Apache, Dezembro de 2009

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Copenhaga - A ficção climática

“Se calhar não é novidade a história dos e-mails roubados à Universidade de East Anglia. A instituição em causa possui um importante centro de estudos climatológicos e a correspondência em causa, trocada ao longo de duas décadas entre proeminentes cientistas do ramo, revelou que, além de tentarem destruir a reputação de colegas discordantes e bloquear a publicação dos respectivos trabalhos, os cientistas distorcem, escondem, esquecem e aldrabam informação alusiva às mudanças climáticas. E tudo isto para «demonstrar» que as ditas mudanças seguem o sentido do «aquecimento global» e que este se deve à acção do homem. Se calhar, para muitos a história é mesmo novidade. Embora, no mínimo, os e-mails insinuem a forte possibilidade de a lengalenga em volta do clima constituir uma desmesurada fraude, a verdade é que os «media» não lhes têm dedicado um milésimo da atenção merecida, por exemplo, pelo «documentário» de Al Gore, um projecto com o rigor científico de «Marte Ataca». Os «media» nacionais, então, não dedicam aos e-mails atenção nenhuma, enquanto «Marte Ataca», perdão, «Uma Verdade Inconveniente» continua em exibição nas escolas a título de evangelho. Claro que a indiferença com que a imprensa procura enterrar o escândalo é compreensível: deve ser embaraçoso admitir um logro que se divulga há anos. Aliás, se formos justos compreendemos a indiferença de todos, incluindo da comunidade científica «oficial», que arrisca perder os abundantes financiamentos, e da classe política, que apanhada algures no meio dos negócios e da histeria ergueu o «aquecimento global» a centro da sua retórica. A partir de determinada aceleração, o avião não pode interromper a descolagem. Principalmente se o avião levanta rumo à Dinamarca, onde decorrerá a Cimeira de Copenhaga. Para um evento devotado à influência do homem no clima, de facto não conviria à Cimeira admitir a forte suspeita de que tal influência é nula ou quase. A solução passa por fingir o oposto e prosseguir os trabalhos na presunção de que o mundo, o autêntico e não o do catastrofismo ambiental, está à beira do fim. Assim, durante os próximos dias, sumidades e estadistas vários arriscam discutir de cara séria uma calamidade imaginária, mais ou menos como se o planeta se mobilizasse para inventariar os estragos dos marcianos, enfrentar a ameaça dos marcianos e impor medidas ruinosas a pretexto dos marcianos. Até prova em contrário, os marcianos não existem. Além de perigosa, a Cimeira de Copenhaga será hilariante”
Alberto Gonçalves, no “Diário de Notícias” da passada sexta-feira (4 de Dezembro)

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

"Vira dos Malmequeres" – Katia Guerreiro

Em jeito de promoção à música portuguesa deixo o velhinho “Vira dos Malmequeres”, popularizado (entre outros) pela Tonicha, agora na voz da Katia Guerreiro. Esta música fará parte do CD “Os fados do fado” que estará à venda já no próximo dia 10 de Dezembro.

Apache, Dezembro de 2009

domingo, 6 de dezembro de 2009

O “CimateGate” para lá do “ClimateGate” (2)

[continuação] Muita gente sem formação na área das ciências estará, provavelmente, convencida que a média das temperaturas é a temperatura média do planeta. De facto, não é! E ao contrário do que possam estar a pensar, esta não é uma questão de semântica. O que temos visto publicado é a média de uma série de valores de temperatura registados em vários locais da Terra e corresponde à média entre a mínima e a máxima diária, verificadas em determinadas estações que o CRU seleccionou. O que significa que se as estações meteorológicas escolhidas para os cálculos forem outras, os valores médios obtidos também são outros. Mesmo que as estações fossem as mesmas, nestes últimos 150 anos de medições (e sabemos que isso é impossível) decorridos os anos, o espaço envolvente aos locais onde estão colocados os termómetros alterou-se e a radiação emitida pelo solo ou paredes próximas adulterou os valores obtidos. Mesmo que isto não acontecesse, para que os valores registados correspondessem à temperatura média do planeta, as estações escolhidas teriam de estar equidistantes umas das outras, ou seja, uniformemente distribuídas pela superfície (terra e mar) e isso é impossível, dada a inacessibilidade de alguns locais. Não há, portanto, forma de determinar, com rigor científico, a temperatura média da Terra. Assim sendo, tendo ou não havido manipulação maliciosa dos dados, estes (no seu todo) apenas podem relevar, enquanto mera curiosidade estatística, não tendo qualquer valor científico. Tal não impede que, caso a caso (isto é, estação a estação) os dados que agora se anunciaram destruídos, pudessem ter valor científico para o estudo de fenómenos à escala local. Para se perceber melhor a ideia, veja-se um exemplo simples relativo a vencimentos. Admitamos que com o crescimento de uma dada empresa (num país hipotético) todos os seus trabalhadores viram os seus salários, deste ano, aumentados 10%. Suponhamos agora que uma outra empresa, com número de funcionários idêntico à anterior mas em grandes dificuldades económicas, acordou com os trabalhadores uma redução de vencimentos de 5%. Pressuponhamos ainda, que todas as restantes empresas do país decidiram manter os vencimentos, excepto obviamente as que faliram e já não aparecem nas estatísticas e, aquelas que por terem sido criadas ao longo do ano também não entram para estes cálculos. Nestes pressupostos, achada a média dos vencimentos de todos os trabalhadores, verifica-se que ela subiu ligeiramente face ao ano anterior. No entanto, não podemos (de todo) concluir que todos os trabalhadores do dito país vivem melhor que no ano passado. A maioria (mesmo que a inflação seja de 0% estará na mesma e, alguns estão piores, tanto os que ganham agora menos 5% como os que ficaram sem emprego. As médias (na generalidade) independentemente da forma como são obtidas, servem essencialmente causas sociológicas e políticas, não causas científicas. O que os ridículos propagandistas tentam provar é que o planeta tem aquecido no último século e isso se deve às emissões humanas de gases com efeito de estufa, principalmente ao dióxido de carbono. Ora, para se provar isto, era necessário medir os níveis de dióxido de carbono nas imediações de todos os locais onde se fazem registos de temperatura e isso, como bem sabemos, não é feito (o dióxido de carbono é, oficialmente, medido num único lugar, Mauna Loa), depois, bastaria um único local (dos milhares onde se medem temperaturas) onde um deles, dióxido de carbono ou temperatura, não tivesse aumentado e a teoria era falsa. Note-se que para que uma determinada teoria científica possa ter-se como verdadeira, é preciso que todas as experimentações a comprovem, uma única discordante mostra que a teoria é falsa. Muitos parecem (agora) escandalizados com a publicação dos e-mails e falam do maior escândalo científico do século, parecem porém esquecer-se que: Por um lado, não são só os alarmistas corruptos, os culpados, milhares de alegados “cépticos” ficaram calados ou apontaram o dedo a pormenores “esquecendo” o essencial; outros, ao alegado consenso dos propagandistas opunham a falta de consenso; claro que uma teoria científica não reúne consenso, é uma teoria, carece de prova, mas neste caso, a estupidez proposta é de tal ordem que não vejo outra hipótese que não seja uma “consensual” gargalhada e uma imediata denúncia na comunicação social; Por outro lado, convém não ter memória curta e lembrar que outra teoria, em aberração, idêntica a esta, o “buraco do ozono” antropogénico, devido às emissões humanas de clorofluorcarbonetos (CFC’s), não só, valeu o Prémio Nobel da Química ao mexicano, Mário Molina, como, passadas duas décadas, continua escrita em todos os manuais de Química do ensino secundário, sem que alguém com visibilidade mediática tenha a coragem de dizer “Basta!” a tanta estupidificação. A questão da credibilidade científica não pode, portanto, colocar-se apenas, como dá jeito a muitos, ao nível dos 40 ou 50 “cientistas” do núcleo duro do IPCC (da ONU), do CRU (de East Anglia) e do GISS (da NASA) que cozinharam toda esta aldrabice, tem de ser estendida a dezenas de milhar, que por esse mundo fora, por silêncio ou omissão, pactuam há décadas com farsas a que chamam “ciência”, para canalizar rios de dinheiro (na maior parte dos casos, público) para os bolsos sem fundo de gente sem escrúpulos e sem um palmo de testa.
Apache, Dezembro de 2009

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

O “CimateGate” para lá do “ClimateGate”

O “Sunday Times” do passado Domingo relatava (pelo jornalista, Jonathan Leake) que os dados originais das temperaturas dos últimos 150 anos foram deitados para o lixo. Segundo o jornal, cientistas da universidade de East Anglia, a que pertence a Unidade de Pesquisa Climática (CRU) envolvida no escândalo “Climategate”, admitiram que deitaram fora a maior parte dos dados de temperatura em que se baseiam as suas previsões de aquecimento global. Isso significa que não é possível a outros académicos verificar a base que suporta os cálculos dos alarmistas. Ao abrigo do Freedom of Information Act (Lei da Liberdade de Informação) conhecido pela sigla FOIA (que curiosamente, ou talvez não, foi o “nick” escolhido pelo pirata que atacou o servidor do CRU) a universidade havia já sido contactada (pelo menos em duas ocasiões) para revelar os dados que estão na origem das previsões e como resultado do escândalo iria provavelmente ser obrigada a fazê-lo. Em antecipação à possível pressão da justiça, o CRU, em declaração publicada na sua página oficial afirma: “nós não possuímos os dados originais, apenas os valores tratados (homogeneizados e com qualidade controlada)”. Curiosamente, Phil Jones, o Director do CRU, anteontem suspenso, não o liderava em 1980, ano da alegada destruição dos dados, que terá ocorrido, de acordo com a versão oficial, “para poupar espaço, aquando da mudança para novas instalações.” Conclusão, não há dados originais das temperaturas registadas pelos termómetros nos últimos 150 anos, apenas dados manipulados. Os dados de temperatura registados pelos satélites, datam apenas dos últimos 30 anos e o IPCC não os tem considerado válidos. Pelo que, não temos como provar se a Terra está a aquecer ou a arrefecer. O que há partida poderia ser problemático, mas não é. De facto, como já escrevi há algum tempo (neste blogue), mesmo os dados originais, (que poderiam contribuir para a possível defesa desta teoria) não tinham valor científico.
[continua…]
Apache, Dezembro de 2009

domingo, 29 de novembro de 2009

“Escândalos: vantagens e vantagens ainda maiores”

"Há mais de dez minutos que não vem a público um escândalo envolvendo o nome de José Sócrates. Que se passa com este país? O escândalo Face Oculta perdeu o encanto inicial, o escândalo Freeport deixou de produzir notícias, o escândalo das escutas ao Presidente da República esmoreceu, o escândalo da Universidade Independente parece estar parado, o escândalo das casas projectadas na Guarda prometeu mais do que cumpriu, e confesso já ter esquecido o que estava em causa no escândalo Cova da Beira. Julgo falar em nome de todos quando digo que precisamos urgentemente de um novo escândalo. José Sócrates, certamente, não se importa: o primeiro-ministro parece ter tomado uma vacina contra os escândalos. Não há suspeita de indecência escabrosa à qual ele seja vulnerável. Políticos menos resistentes já foram obrigados a demitir-se por causa de anedotas, de sisas que afinal tinham pago, de corninhos. O primeiro-ministro transita de escândalo em escândalo como Tarzan de liana em liana. Nenhum homem é uma ilha, diz o poeta, mas José Sócrates é um homem rodeado de escândalos por todos os lados. Não há escândalo que consiga verdadeiramente furar a barreira de escândalos que o rodeia. Aparece um escândalo novo e a opinião pública boceja: já vimos melhor. Surge uma suspeita inédita e o País encolhe os ombros: podia ser mais escandalosa. Estar envolvido num escândalo é grave; estar metido em vários é uma garantia de segurança. O povo conhece José Sócrates há já algum tempo e sabe que ele pode estar envolvido num escândalo, mas duvida que ele tenha a iniciativa, o desembaraço e a capacidade de trabalho para estar envolvido em tantos. O problema da oposição é, justamente, de abundância: encontra-se perante os escândalos como o burro de Buridan em frente ao feno. De todos os paradoxos filosóficos em que comparecem asnos, este é o meu preferido: o burro faminto tem diante de si dois montes de feno exactamente iguais. Não havendo uma razão para optar por um em vez de outro, é incapaz de escolher e morre de fome. No caso de Sócrates, os escândalos são os montes de feno e a oposição é o burro (há acasos felizes na vida de quem se entretém a compor símiles). A única diferença é que o burro morre sossegado, enquanto os dirigentes dos partidos da oposição definham aniquilando-se mutuamente. Mas ninguém espera que os militantes do PSD tenham o discernimento de um burro."
Ricardo Araújo Pereira, na "Visão" da passada quinta-feira (26 de Novembro)

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

"Ainda Orwell"

"Um conhecido aforismo de George Orwell resume a ambição subjacente à política das alterações climáticas: quem controla o passado, controla o futuro e quem controla o presente, controla o passado. Os defensores da tese da actividade humana como a causa do aquecimento global controlam o presente da discussão política e pretendem controlar o futuro político da humanidade. O que não se sabia era até onde estavam dispostos a ir na tentativa de controlar o passado. Na última semana ficámos a saber, depois de ‘hackers' terem retirado cerca de 1000 e-mails e 3000 documentos das bases da Climate Research Unit (CRU) da universidade de East Anglia. O director do CRU coordena o HadCrut, uma unidade conjunta com o Hadley Centre for Climate Prediction and Research, que é uma das quarto fontes de dados do IPCC. Os documentos extraídos do CRU mostram de forma transparente a existência de manipulações dos dados de temperatura, de forma a ocultar variações "inconvenientes" à tese do aquecimento global. Mostram também que há uma campanha deliberada de limitação do livre inquérito científico nesta matéria, através de ataques à reputação de cientistas com posições contrárias, do boicote à publicação de artigos e da viciação do processo de peer review. Em suma, o que transparece destes documentos é o desprezo de cientistas com um papel crucial no IPCC por princípios éticos básicos e pela honestidade intelectual, subordinando a investigação à obtenção de resultados que promovam uma causa política. Só surpreende a ingenuidade, ou impunidade, com que estas manobras são discutidas por alguns dos intervenientes: o resto não. Nos últimos anos, pelo menos dois pedidos de cedência de dados ao abrigo da lei de liberdade de informação foram recusados pelo HadCrut, o último dos quais com a inusitada justificação que a divulgação dos dados podia "causar danos às relações internacionais". Pela primeira vez, registos de temperatura ascenderam à categoria de segredo de Estado. O CRU fez tudo para evitar a divulgação dos dados e chegou mesmo a declarar que parte das séries tinha sido "perdida". Agora compreendem-se melhor os motivos do pânico. Num editorial invulgarmente desonesto, o Financial Times tenta limitar os estragos e atribui aos que exigem mais transparência na investigação delírios de uma "vasta conspiração". Não é -vasta. A peça central da política do aquecimento global é o relatório do IPCC de 2007, em particular o capítulo 9, apresentado como o "consenso de 2500 cientistas". Sucede que o capítulo crucial tem apenas 53 autores. Desses, 38% são ingleses e um quinto do total são cientistas do CRU. Dos artigos científicos aí citados, 70% têm como co-autores os 53 cientistas envolvidos: vasta conspiração ou uma rede social com grandes afinidades intelectuais e ideológicas? O potencial de descrédito para a investigação científica é o resultado da tentativa de utilização do ambientalismo para concretizar uma velha obsessão progressista: a instauração de um governo mundial, assessorado por "peritos" capazes de controlar o futuro e prevenir todos os males. Na cabeça dos crentes, a grandeza do propósito justifica os meios. Orwell sabia do que falava."
Fernando Gabriel, Investigador Universitário, no "Diário Económico" de ontem

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

ClimateGate – O escândalo que não constitui novidade

Desde a passada sexta-feira (20 de Novembro) que a Internet (principalmente a de língua inglesa) fervilha com o “escândalo” baptizado com o nome de “ClimateGate”. Ao que consta, nesse dia, o servidor da Unidade de Pesquisa Climática da Universidade de East Anglia, em Inglaterra, (habitualmente designado por CRU) [que conjuntamente com o, norte-americano, Instituto Goddard de Estudos Espaciais (GISS) da NASA, constituem o núcleo duro dos defensores da teoria do aquecimento global antropogénico] foi atacado por um pirata informático que conseguiu copiar mais de 150 MB de informação, entre a qual se contam (além de vários outros documentos) mais de mil e-mails (internos e externos) trocados entre a cúpula “científica” dos alarmistas. O ficheiro “FOI2009.zip” (que comprimido tem mais de 61 MB) foi inicialmente colocado num servidor russo, mas circula já em múltiplos ‘sites’ de partilha de conteúdos. Os e-mails revelam (essencialmente) a falta de imparcialidade e de honestidade intelectual do grupo de responsáveis principais do CRU, e visam particularmente o director, Phil Jones e o seu braço direito, Keith Briffa, mas envolvem vários outros nomes (principalmente de ingleses e norte-americanos, mas não só), alguns bem conhecidos, como Michael Mann, o agora director do “Earth System Science Center” da Universidade da Pensilvânia, autor do famoso (e falso) gráfico conhecido por “hockey stick”, publicado no relatório do IPCC de 2001 e na revista “Nature”. De acordo com o veiculado pela Fox News do dia seguinte, Phil Jones confirmou a veracidade dos e-mails, afirmando: "It was a hacker. We were aware of this about three or four days ago". Entre as múltiplas informações que se podem extrair dos e-mails está a assumpção: da manipulação de dados para que a realidade se ajuste à teoria; da manipulação do processo de revisão de documentos científicos, inter-pares (peer review); da destruição de provas; do exercício de pressão para que, as principais revistas científicas, não publiquem artigos que possam por em causa a teoria, etc. Enfim, nada de novo no meio académico. Deixo (para quem não dispuser de tempo ou vontade de ler os originais) alguns dos conteúdos dos e-mails: - Tim Osborn discute como manipular os dados de observação para parar um aparente arrefecimento do planeta; - Phil Jones diz que usou o mesmo truque que Michael Mann utilizou no artigo publicado na “Nature” [refere-se ao “hockey stick”] para “esconder o declínio” das temperaturas; - Michael Mann conversa sobre como “destruir” um jornal que publicou opiniões de cépticos; - Phil Jones descreve a morte de John Daly (um dos mais conhecidos contestatários da teoria do aquecimento global antropogénico) como uma “notícia para festejar”; - Phil Jones encoraja os colegas a apagar os dados solicitados ao abrigo da “lei da liberdade de informação”; - Phil Jones escreve à Universidade de Hull na tentativa de calar a céptica Sonia Boehmer Christiansen.
Apache, Novembro de 2009

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

"A falta de classe"

“Perdoem hoje o estilo. A prosa sairá desarticulada, quais dardos soltos. Este artigo é, conscientemente, feito de frases curtas. Cada leitor, se quiser, desenvolverá as que escolher. Meu objectivo? Manter a sanidade mental. Escorar a coluna vertebral. Resistir. Este artigo é também uma reconfirmação de alistamento na ala dos que não trocam os princípios de uma luta pelo pragmatismo de um lance. Porque amo a verdade e a dignidade profissional como os recém-chegados ao mundo amam o bater do coração das mães. Porque não esqueço os que nenhum lance poderá já compensar. Porque com a partida prematura deles perderam-se pedaços da Escola que defendo. Porque pensar em todos é a melhor forma de pensar em cada um. A avaliação do desempenho é algo distinto da classificação do desempenho. A avaliação do desempenho visa melhorar o desempenho. A classificação do desempenho visa seriar os profissionais. Burocratas que morreram aos 30 mas só serão enterrados aos 70 tornaram maior uma coisa menor. Quiseram reduzir realidades díspares à unicidade de fichas imbecis. Tiveram a veleidade Kafkiana de particularizar em 150.000 interpretações individuais os objectivos de uma organização comum a todos. Convenceram a populaça que se mede o intangível da mesma forma que se pesam caras de bacalhau. Chefiou-os uma ministra carrancuda, que teve o mérito de unir a classe. Chefia-os agora uma ministra sorridente, que já se pode orgulhar de dividir a classe. Porque, afinal, custa, mas não há classe. Há jogos! De cintura. De bastidores. De vários interesses. Parlamentares, sindicalistas, carreiristas e pragmatistas ajudaram à Babel. Da sua verve jorra a água morna de Laudicéia, a que dá vómitos. Alçada derreteu o implacável Mário Nogueira que, em socorro da inexperiência da ministra, veio, magnânime, desculpar-lhe as gafes. E, cristãmente, entendeu agora, de jeito caridoso, que não seja suspenso o primeiro ciclo avaliativo. Esqueceu duas coisas: o que reclamou antes e que ciclos avaliativos são falácias de anterior ministra. Ciclos avaliativos, Simplex I, Simplex II e o último expediente (no caso, um comunicado à imprensa, pasme-se) para dizer às escolas que não prossigam com o que a lei estabelece são curiosos comandos administrativos. Uma lei má, iníqua, de resultados pedagogicamente criminosos, devia ter morrido às mãos do parlamento. Por imperativo da decência, por precaução dos lesados, por imposição das promessas de todos. Quanto à remoção das mágoas, meu caro Mário Nogueira, absolutamente de acordo. Depois de responsabilizar os que magoaram. Depois de perguntar aos magoados se perdoam. Por mim, cuja lei foi sempre estar contra leis injustas, a simples caridade cristã não remove mágoas. Não sei perdoar assim, certamente por falta de céu. Agora, porque sou amigo de Platão mas mais amigo da verdade, duas linhas para Aguiar Branco. Gostei de o ouvir dizer, a meu lado e a seu convite, que a avaliação do desempenho era para suspender. Mas não justifique a capitulação com a semântica. Poupe-me à semântica, porque a semântica não o salva. Enterra-o. Suspender é interromper algo, temporária ou definitivamente. É proibir algo durante algum tempo ou indefinidamente. Substituir é colocar algo em lugar de. Não só não tinha como não terá seja o que for, em 30 dias, para colocar em lugar de. Sabe disso. Bem diferente, semanticamente. Mas ainda mais importante nos resultados. O Bloco Central reanimou-se nas catacumbas e o PS agradeceu ao PSD o salvar da face. Mas os professores voltaram a afastar-se do PSD, apesar do arrependimento patético de Pedro Duarte. E, assim, o PSD falha a vida! Um olhar aos despojos. Reverbera-se a falta de capacidade de muitos avaliadores para avaliar, mas homologam-se os “Muito Bom” e “Excelente”, que significam mais 1 ou 2 pontos em concurso. Os direitos mal adquiridos de alguns valeram mais que os direitos bem adquiridos de muitos (como resolverão, a propósito, os direitos adquiridos dos “titulares” que, dizem, vão extinguir?). Porque toca a todos, muitos “titulares” que não tinham vagas de “titulares” em escolas que preferiam, foram ultrapassados em concurso por outros de menor graduação profissional, que agora lá estão, em almejados lugares de quadro. Ao mérito, há muito cilindrado, junta-se uma palhaçada final, em nome do pragmatismo. Muitos dos que foram calcados recordam agora que negociar é ceder. Mas esquecem que os princípios e a dignidade são inegociáveis, sendo isso que está em jogo. Um modelo de avaliação iníquo, tecnicamente execrável e humanamente desprezível, que não lhes foi aplicado ao longo de um processo, é agora aceite, em nome do pragmatismo, para não humilhar, uma vez, quem os humilhou anos seguidos. Sócrates, que se disse animal feroz, vai despindo a pele. Mas não nos esqueçamos da resposta de um dos sete sábios da Grécia, quando interrogado sobre o mais perigoso dos animais ferozes. Respondeu assim: dos bravos, o tirano. Dos mansos, o adulador. Vão seguir-se meses de negociações sobre o estatuto. O défice, que levou à divisão da carreira e às quotas, agravou-se. Se a desilusão for do tamanho da ilusão, tranquilizem-se porque a FENPROF ficará de fora, como convém, e a FNE poderá assinar um acordo com o Ministério da Educação, como não seria a primeira vez. Voltaremos então ao princípio. O que é importante continuará à espera. Mas guardaremos boas recordações de duas marchas nunca vistas.”
Santana Castilho, no “Público” de hoje

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Carta Aberta ao Presidente das Maldivas

Há, sensivelmente, um mês, o Governo das Maldivas reuniu-se debaixo de água, segundo noticiou a imprensa, com o objectivo de alertar para as consequências da subida do nível do mar resultante das alegadas “alterações climáticas”. No início deste século, uma equipa internacional esteve nas Maldivas a efectuar estudos que concluíram que o nível do mar na região permaneceu estável nos últimos 30 anos. O cientista que liderou essa equipa, indignado com a propaganda implícita na dita reunião de governo, escreve assim ao presidente Mohamed Nasheed: “Sr. Presidente, Realizou recentemente um Conselho de Ministros submarino de sensibilização para a ideia de que nível do mar está a subir e, portanto, ameaça submergir as Maldivas. Esta proposição não é fundada em factos observáveis nem em verdadeiros juízos científicos. É, portanto, incorrecta. Por isto, manifesto-me muito surpreendido com a sua acção, tendo redigido a presente carta como forma de protesto. Em 2001, quando o nosso grupo de investigação encontrou provas irrefutáveis de que o nível do mar não estava em crescimento nas Maldivas, pelo contrário, permaneceu bastante estável nos últimos 30 anos, eu pensei que não seria respeitoso para com o povo do arquipélago se voltasse para casa e apresentasse os resultados nas instâncias internacionais. Por isso, decidi anunciá-lo numa entrevista à emissora de TV local. No entanto, o seu antecessor no cargo censurou a notícia, interrompendo a transmissão. Quando o senhor se tornou presidente, esperei a democracia e o diálogo. No entanto, escrevi-lhe duas vezes, ambas sem resposta. O seu povo não deveria viver sob a constante ameaça de que não há futuro para eles nas suas próprias ilhas. Esta mensagem é profundamente inapropriada, uma vez que não é fundada na realidade mas sim num conceito importado, que carece de justificação científica, sendo, por isso, insustentável. Simplesmente não há base racional para ele. Deixe-me resumir alguns fatos (veja a figura junta e as provas apresentadas em Mörner, 2007):

A azul, o nível do mar nas Maldivas, nos últimos 500 anos. A cor-de-rosa, a estimativa máxima de subida até ao final do século.

(1) Nos últimos 2000 anos, o nível do mar apresentou 5 picos que oscilaram entre os 60 cm e 1,2 m acima do nível actual; (2) Entre 1790 e 1970 o nível do mar esteve cerca de 20 centímetros mais elevado do que hoje; (3) Na década de setenta, o mar baixou cerca de 20 centímetros, vindo a situar-se no nível actual; (4) O nível do mar manteve-se estável nos últimos 30 anos, o que significa que não se justifica qualquer alarmismo sobre a sua subida; (5) Assim, estamos em condições de libertar as Maldivas (e as restantes ilhas e costas de baixa cota, mundo fora) da condenação de se verem alagadas, num futuro próximo. Quando eu era presidente da Comissão INQUA sobre “Alterações do Nível do Mar e Evolução Costeira” (1999-2003), despendemos bastante esforço nesta questão das alterações futuras do nível do mar. Após estudos de campo intensivos e discussões em cinco reuniões internacionais, a Comissão concluiu que no máximo, a subida esperada até ao ano de 2100 é de 5 centímetros, com uma margem de erro de ±15 centímetros (conforme indicado na figura apresentada). Tais mudanças implicam efeitos pequenos ou insignificantes. Na figura podemos ver que o tal pequeno aumento não traria nenhuma ameaça para as Maldivas. Quando muito, tal subida corresponderia a um retorno às condições naturais existentes entre 1790 e 1970, ou seja, o mar retomaria a posição antes do abaixamento verificado nos anos setenta. Aplica-se aqui a mesma história sem senso, repetida para várias outras áreas do globo, de que o nível do mar está a subir e que já há enchentes a ocorrerem: Tuvalu, Vanuatu e Veneza (Mörner, 2007b). Convém referir que, a tendência global resultante dos dados obtidos pelos altímetros dos satélites sofreu uma correcção manual para que pudesse revelar uma tendência crescente (Mörner, 2008), que na realidade nunca foi medida. Portanto, Sr. Presidente, quando você ignora os factos disponíveis, se recusa ao normal diálogo democrático, e continua a ameaçar o seu povo com um imaginário de enchentes já em andamento, acho que está a cometer um grave erro. Vamos ser construtivos. Vamos discutir os factos observáveis. Vamos continuar e alargar os nossos estudos do nível do mar para outros locais no enorme atol das Maldivas. E deixe-nos, pelo amor de Deus, levantar o fardo psicológico terrível que você e o seu antecessor colocaram sobre os ombros de todo o povo das Maldivas, que vivem agora com a ameaça imaginária que as inundações em breve os expulsarão de suas casas, porque isto mais não é senão uma ficção de poltrona, artificialmente construída por um simples programa de computador cujos resultados, se têm constantemente provado estarem errados, por meticulosas observações do mundo real. A reunião que efectuou, sob as águas, não é senão um artifício ou uma acrobacia política. Al Gore é um mestre nestas fantasias baratas. Mas estas condutas são desonestas, improdutivas e, acima de tudo, não científicas.

Estocolmo, Suécia, 20 de Outubro de 2009

Nils-Axel Mörner Chefe de Paleogeofísica e Geodinâmica da Universidade de Estocolmo, Suécia (1991-2005) Presidente da Comissão INQUA sobre “Alterações do Nível do Mar e Evolução Costeira” (1999-2003) Líder do “Projecto Nível do Mar nas Maldivas” (desde 2000) Presidente do projecto INTAS sobre “Geomagnetismo e Clima” (1997-2003) Premiado com a medalha de ouro de Mérito da Universidade do Algarve (2008) "pela sua irreverência e contribuição para nossa compreensão das alterações do nível do mar.” [Tradução minha]

Apache, Novembro de 2009

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

“A Terra a quem a enxovalha”

“A UNFPA [United Nations Population Fund], uma das múltiplas derivações da ONU, declarou o controlo demográfico indispensável à inversão do «aquecimento global». Uma ideia disparatada? Um bocadinho, mas dentro do disparate mais vasto a que a histeria ecológica chegou é admirável que alguém retire enfim as conclusões devidas das suas premissas. Se, no entender da histeria, as «alterações climáticas» e o «aquecimento global» são responsabilidade do homem, não adianta combater o capitalismo, o progresso técnico e os EUA: a solução é ir directamente à fonte e combater o homem. Para já, o objectivo explícito é a redução da natalidade, o que desloca o problema do Ocidente estéril para África e certa Ásia. Em princípio, o problema resolve-se mediante campanhas de esclarecimento (ou o método «a bem»). Caso as tribos do Níger ou do Mali não fiquem esclarecidas, prossegue-se através da esterilização forçada (ou o método «a mal»). Caso a natalidade não se deixe circunscrever de todo, será imperioso actuar sobre outras variáveis, especificamente a mortalidade (ou o método «a pior»). Aqui, abrem-se inúmeras opções, bastando decidir entre as rápidas, do envenenamento em massa ao bombardeamento maciço, e as limpas, dos fuzilamentos colectivos à paulada na nuca. As segundas têm a desvantagem da lentidão, as primeiras prejudicam os ecossistemas. Há que ponderar, escolher e agir com sensatez, na certeza de que a humanidade está a mais e o importante é deixar a Terra entregue aos bichos, o que, dada a importância concedida à ONU e aos senhores que na ONU «estudam» o ambiente, não parece um cenário muito distinto do actual."
Alberto Gonçalves, no “Diário de Notícias” de hoje

domingo, 15 de novembro de 2009

Será que só os holandeses foram enganados?

A notícia é do passado dia 26 de Agosto (de 2009) e resulta de uma entrevista dada por Xandra Van Gelder (Editora da revista “Eye of the Rijkmuseum”) à rádio holandesa, RTV, mas só foi popularizada dois dias depois, pela BBC News. Após o regresso à Terra da missão Apolo 11 (em Julho de 1969), os astronautas, Neil Armstrong, Michael Collins e Edwin Aldrin, fizeram uma visita a vários países, tendo algumas das pedras recolhidas na (alegada) alunagem sido oferecidas a várias entidades. A 9 de Outubro de 1969 estiveram na Holanda e ofereceram uma pequena rocha lunar ao então Primeiro-Ministro holandês, Willem Drees. Mais tarde, após a morte de Drees, a família doou a rocha ao Rijkmuseum (um museu de Amesterdão) tendo-lhe sido feito um seguro no valor de 100 mil florins. Dada a recente polémica sobre a autenticidade da rocha, Wim Van Westrenen da Universidade de Vrije conseguiu uma autorização para a analisar, tendo os testes efectuados confirmado tratar-se de uma rocha terrestre, de madeira petrificada. Instado a pronunciar-se sobre a questão, o Embaixador dos Estados Unidos na Holanda disse não ter nenhuma explicação para o facto. Quantas mais rochas lunares falsas terão os astronautas da Apolo 11 oferecido, nas visitas que efectuaram a cerca de 100 países?
P.S. Um belíssimo (e enorme) exemplar de madeira petrificada está exposto no Museu Geológico, em Lisboa.
Apache, Novembro de 2009

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A minha religião é melhor que a tua

"Oitenta e quatro por cento dos italianos discordam do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, que dias antes proibira (?) os crucifixos nas escolas públicas do país. Dado o número, é de admitir que os ateus de lá não possuam a fina sensibilidade dos ateus de cá, os quais, através de umas agremiações excêntricas, aplaudem a sentença e pedem a sua imediata importação. Segundo percebi, temem que a ingerência religiosa, assim exposta e abusiva, traumatize as criancinhas. É capaz de ser um receio exagerado. Não me lembro se na minha sala da "primária" havia crucifixos. Lembro-me de que fora da sala havia uma igreja inteira, que contemplei da janela durante quatro anos. Além da igreja, existiam nas imediações oito capelinhas e uma filial da Santa Casa da Misericórdia. A escola, pública e laica, chamava-se "do Adro" e no adro jogávamos à bola. Contas feitas, marquei inúmeros golos e não sofri qualquer trauma, excepto nas canelas. Nunca experimentei apetites de frequentar a missa ou a catequese, provavelmente porque os meus pais vagueavam naquele tipo de ateísmo em que a religião não chega a ser assunto. Ao contrário dos peculiares ateus que não pensam noutra coisa. Se querem poupar as criancinhas à imposição religiosa, os progenitores talvez fizessem melhor em ignorar os crucifixos e dirigir o combate para, por exemplo, o "ambientalismo" recorrente nos currículos e "actividades" escolares. Nas cabeças dos petizes, nenhuma cruz na parede tem uma fracção do impacto provocado pela doutrinação de patranhas sobre o "aquecimento global" e o papel do homem nas mudanças climáticas. O "ambientalismo" não é uma religião? É, sim senhor. Se não bastassem os seus mitos e os seus santinhos para o atestar, agora um tribunal britânico deu razão a um trabalhador alegadamente despedido em nome das respectivas "crenças ecológicas". De acordo com o juiz, o "credo ambiental" (sic) merece ser tão protegido da discriminação quanto os credos "tradicionais". Em suma, estamos oficialmente no domínio da pura fé, com a agravante de que as proezas da Greenpeace não são exactamente o Cântico dos Cânticos e o "documentário" de Al Gore não é o "S. Mateus" de Bach. Não tenho um único argumento favorável à presença dos crucifixos, mas a preocupação com o bem-estar das criancinhas implica resguardá-las de todas as manipulações, sobretudo das ideológicas que, legitimadas pelo espírito da época, tomaram de assalto a "educação" e obrigam a referi-la entre aspas. Perdida em preciosidades que vão do "ambiente" à educação sexual, passando pelo "multiculturalismo" e pelos enigmas que cabem na "educação cívica", a escola contemporânea abdicou daquilo que a escola do meu tempo, mesmo com uma igreja de Nicolau Nasoni a 50 metros e com doses variáveis de sucesso, ainda tentava: ensinar. Curiosamente, ou poucos protestam tamanha ingerência na liberdade alheia ou poucos os ouvem."
Alberto Gonçalves, no “Diário de Notícias” de hoje

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

"Ursos"

Ainda que se trate de um artigo recente, já vários blogues o replicaram. No entanto, pela coragem do autor (não só pelas afirmações, ‘per se’ relevantes, mas também pela assunção pública da dependência profissional dos subsídios estatais) bem como da direcção do jornal (que autorizou a publicação), entendo não ser demais deixar, também aqui, a versão integral do artigo que o Investigador Universitário, Fernando Gabriel, publicou no “Diário Económico” da passada quarta-feira. “Ao longo das próximas semanas é possível que o número de ursos nos telejornais seja francamente superior à média. Serão provavelmente ursos polares, acompanhados por uma colecção de ameaças apocalípticas: extinção de espécies, desaparecimento de neve nos glaciares e nos cumes das montanhas, secas, inundações. Tudo, claro, a acontecer a um ritmo "muito mais rápido do que se supunha" e tudo por causa do aquecimento global. Aproxima-se a cimeira de Copenhaga e o derradeiro esforço de propaganda do gigantesco ‘lobby' ambientalista está em marcha. O objectivo é forçar os governantes ocidentais a comprometerem-se com um conjunto de medidas cujos efeitos previsíveis são uma catástrofe económica auto-infligida sem precedente histórico. Para cooperarem com a demência ambientalista, países como a China e a Índia exigem cerca de 300 mil milhões de dólares por ano, um montante equivalente a 1% do PIB das economias mais desenvolvidas. Em cima deste suborno de proporções épicas ainda há que pagar o "preço" da cooperação africana - 267 mil milhões de dólares ano, e das economias sul-americanas - mais umas modestas centenas de milhares de milhões. Um estudo do instituto Open Society calculou que as políticas ambientais da UE implicariam um custo total anual de 102 mil milhões de dólares até 2020. O custo do programa americano de direitos de emissão de poluição em apreciação no Senado equivale a um imposto anual mínimo de 1600 dólares por família americana e mesmo que obtivesse a redução prevista nas emissões americanas de CO2 teria um impacte nas emissões globais inferior a 4% e portanto um efeito negligenciável. Imperturbáveis pelo abismo económico à frente dos pés, os puritanos ecológicos seguem firmes na convicção de que o martírio é o caminho para a salvação - a reconversão "sustentável" da economia ocidental, que trará consigo mel, morangos e milhões de novos empregos. Obama já prometeu 5 milhões de empregos "verdes", mas em matéria de delírio ambientalista, Zapatero há muito que saiu disparado das ‘boxes' e o exemplo espanhol é elucidativo: desde 2000, cada emprego subsidiado nos sectores ditos ambientais implicou a perda de 2,2 empregos nos restantes sectores da economia. O novo livro de Christopher Booker, The Real Global Warming Disaster (Londres, 2009) faz a crónica da longa caminhada que trouxe o ocidente até este ponto de suicídio económico. É uma história de receios apocalípticos, com origem no Clube de Roma, onde a ideia de utilização do "ambientalismo" como um instrumento para a criação de um governo mundial começou a ganhar forma. É uma história de abastardamento e politização da ciência através de um sistema de incentivos financeiros tragicamente errado; de manipulações, mentiras, e silenciamentos em nome de um "consenso" falso e falsificado, que é e será mantido porque gerou uma enorme massa crítica de interesses financeiros, intelectuais e políticos que dele dependem. A imposição desta teleologia milenarista não é só indesejável: é imoral e necessita de ser contrariada por todos os meios.”
Apache, Novembro de 2009

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Do “Prós e Contras” sobre a Gripe A (de 2 de Novembro)

Como já vem sendo habitual neste programa, cerca de duas horas de pseudodebate sobre a “Gripe A” e respectiva vacina, pouco contribuíram para a explicação das principais dúvidas, quer sobre o vírus em si, quer sobre a segurança e (principalmente) eficácia da vacina. As questões mais pertinentes sobre o tema (quer prévias, quer resultantes das intervenções atabalhoadas de alguns convidados), não chegaram sequer a ser colocadas, a saber: Que diferença (concreta) existe entre o vírus H1N1 da “Gripe A” e o vírus H1N1 do tipo A da “Gripe Sazonal”? Ou se preferirem, quantos vírus H1N1 diferentes estão actualmente em circulação? Francisco George, Director-Geral da Saúde afirmou no início do debate [link para a 1ª parte do programa] que a ordem para fabricação de vacinas para o hemisfério norte é dada em Fevereiro. Como foi possível dar ordem em Fevereiro para a elaboração de uma vacina contra a “Gripe A” se o vírus foi identificado (segundo palavras do próprio) em Atlanta, a 7 de Abril? E por que é que o mesmo Francisco George afirmou há dias, no programa “Diga lá excelência” que esta vacina estava a ser preparada pela Novartis desde 2001, quando a estirpe comum às três vacinas disponíveis na Europa (da Glaxo (em Portugal), da Novartis e da Baxter) é a Califórnia/7 de 2009? Quem sofre a mutação mais rápida, o H1N1 ou o neurónio de Francisco George? Uma vez que parte significativa da histeria em volta da “Gripe A” resulta das estatísticas do número de infectados e do número de vítimas mortais, importa esclarecer se esse número se refere a infecções com o H1N1 da “Gripe A” ou se inclui também os infectados com H1N1 da “Gripe Sazonal”? Ou será que os testes efectuados não permitem distinguir os dois?
Sabendo-se que em vários países do hemisfério Norte, o vírus gripal actualmente mais activo é o H3N2, por que não são efectuados testes e divulgadas estatísticas sobre o número de infectados por cada estirpe de vírus? Havendo constante mutação dos vírus da gripe por que é que a vacina da “Gripe Sazonal”, colocada este ano no mercado, contém duas estirpes de vírus do tipo A, H1N1 e H3N2, de 2007, respectivamente a Brisbane/59 e a Brisbane/10, as mesmas do ano passado? O representante do Infarmed referiu que a necessidade de adjuvante [link para a 2ª parte do programa] na vacina da “Gripe A” se prende com a falta de vírus para produzir tantas vacinas. Falta de vírus, com tantas centenas de milhar de infectados? E o cultivo em laboratório? Um dos três fabricantes produziu a vacina sem adjuvante, terá o monopólio da reprodução dos vírus? Por que se insiste tanto na distinção entre esta “Gripe A” e a “Gripe Sazonal" quando a OMS, para o hemisfério Sul, para 2010, recomenda para a vacina da “Gripe Sazonal” as estirpes A: H1N1 Califórnia/7/2009 (que agora faz parte da vacina da “Gripe A”) e H3N2 Perth/16/2009; e a estirpe B Brisbane/60/2008 (a mesma deste ano)? O H1N1 Califórnia/7/2009, este ano é da “Gripe A” mas para o ano é da “Gripe Sazonal”? Que probabilidade tem, de não contrair gripe (neste Outono/Inverno), alguém que seja vacinado com os dois tipos de vacina existentes no mercado (“Gripe A” contra o H1N1 (do tipo A) e “Gripe Sazonal” contra o H1N1, o H3N2 (ambos do tipo A) e uma estirpe do tipo B) se só do tipo A se conhecem 144 estirpes diferentes (numeradas de H1 a H16 e de N1 a N9) e a acreditar nas palavras dos responsáveis, há vários vírus diferentes dentro de cada estirpe?
Apache, Novembro de 2009

terça-feira, 3 de novembro de 2009

"Por Ella" - Roberto Carlos

Em castelhano

Apache, Novembro de 2009

domingo, 1 de novembro de 2009

Da Liberdade

“Sem sustentação económica não se é livre. Com um desemprego brutal não se é livre. Com 700 mil funcionários públicos, com medo que o colega vá denunciá-lo; com um SIS que não se sabe o que faz... não se é livre.”
Medina Carreira, em entrevista ao “Jornal de Negócios”, no passado dia 23

sábado, 31 de outubro de 2009

Nunca vais saber

"Nunca vais saber a sombra que fere o olhar o sorriso breve sem luz no caminho longo a fechar... Nunca vais saber o longo vácuo infinito a saudade já a sangue gravada na mudez nua de um grito... Nunca vais saber a lágrima quente na cama os olhos de seda rasgada o gelo firme na chama... Nunca vais saber a mão crispada e vazia o desejo insano mordido na intensidade do dia... Nunca vais saber o luar que me corre nas veias das noites, de prata vestidos e loucuras tecidas a meias... Nunca vais saber que és tu quem eu trago comigo que és tu quem me assalta ao acordar com um susto quente no peito... Nem nunca vais saber que sonho sempre contigo e que à noite... em ti me aconchego, e que é em ti que eu me deito... Não! Tu nunca vais saber..."
MCB 2008
De uma amiga (grande na escrita) que hoje é pequenina, a quem aproveito para dar os parabéns e desejar muitas felicidades

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Uma aventura no Ministério da Educação

Depois de na passada quinta-feira termos ficado a saber que a nova Ministra da Educação é a coordenadora do Plano Nacional de Leitura, Maria Isabel Girão de Melo Veiga Vilar, conhecida como co-autora da colecção infantil “Uma Aventura”, pelo pseudónimo literário de Isabel Alçada, foram hoje tornados públicos os nomes dos dois secretários de estado que completam a equipa. A saber: José Alexandre da Rocha Ventura Silva (que Maria de Lurdes Rodrigues havia colocado à frente do Conselho Científico para a Avaliação de Professores, órgão que criou para lhe validar os devaneios avaliadores, também conhecido pelos seus estudos independentes, “parecidos” com os da OCDE) e João José Trocado da Mata (“ex-criado” de dona Lurdes no ISCTE, actual Director-Geral do Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação e Coordenador do Plano Tecnológico da Educação). Por comparação aos anteriores inquilinos da “5 de Outubro”, o ministério fica a ganhar na embalagem, sobretudo na qualidade dos fatos e dos perfumes e na linguagem melosa, mas quanto ao conteúdo, espera-se o mesmo cinismo, a mesma hipocrisia, a mesma falta de conhecimento do terreno, a total ausência de ideias válidas. Particularmente no que respeita à líder da equipa, não só, não cultivo grandes ilusões, como, na generalidade, subscrevo o que Santana Castilho (bem ao seu estilo) escreveu no Público de ontem.
“Aqui me têm como sou, dizendo aos que têm a generosidade de me ler o que me vai na alma. Não sou hipócrita nem cultivo falsos respeitos. Se vejo claro o que aí vem, por que insípida postura me iria escudar em convenientes benefícios de dúvida? Qual benefício para quem afirmou, com sorriso de leste a oeste, à espera dos aplausos da plateia, dar o seu “inteiro apoio à política educativa que tem vindo a ser seguida” e considerar “que é importante a prossecução e aprofundamento do trabalho que tem vindo a ser realizado”? Esta é a segunda referência escrita que faço à actual ministra da Educação. A anterior já me valeu 3 mimos: inconveniente, radical e extremista. Assim seja. Sou inconveniente para os dissimulados e radical para os que se especializaram em protelar. Aceito o extremismo. Mas mais extremistas que eu são os que atacaram extremamente os professores, a escola pública e o ensino sério. E esses vão continuar, enquanto não se lhes responder de forma extremamente resoluta. De Isabel Alçada conheciam-se meia centena de livros de fantasias para crianças. Mas nenhuma ideia expressa sobre Educação, para adulto ler. Hoje já temos 3 discursos políticos, bem recentes, e um quadro de comunicação não verbal, que só escapa aos incautos. Tudo visto, são discursos que revelaram uma organização de ideias confrangedora, recheados dos clichés repetidos ad nauseam durante os últimos 4 anos, medíocres do ponto de vista da semântica e da construção frásica, onde os erros de concordância surpreendem. Ficou-lhe mal elogiar tanto o seu Plano Nacional de Leitura. Esse e o da Matemática. Os planos nacionais são expedientes a que se recorre quando as primeiras instâncias falham e não se sabe corrigir o que está mal. Custam muito dinheiro, jogado em cima do que já existe para obter os mesmos resultados. No caso da leitura, o plano sucedeu a anos a menosprezar o ensino do Português, a substituir os clássicos por panfletos de cordel e a tornar a gramática para crianças numa charada de linguistas. No que toca à Matemática, entregou-se a concepção e a execução do plano aos que tinham sido apontados como responsáveis pela situação que o mesmo se propunha corrigir. Sem mais! Esta é a sinopse do verdadeiro contexto de elogios ocos. Ficou-lhe mal dizer que o Magalhães e o plano tecnológico nos tinham colocado na primeira linha do desenvolvimento. São tiques de deslumbramento terceiro-mundista, sem credibilidade, que minam o desejável recato de qualquer começo. Ficou-lhe mal a alusão encomiástica às novas oportunidades e ao ensino profissional. Os professores sabem que, descontadas poucas situações de funcionamento sério, uma e outra iniciativa são farsas e manipulações grosseiras das pessoas e das instituições. Ficou-lhe muito mal a protecção que deu à clausura das crianças na escola, de sol a sol, e a cobertura que não regateou à moderna escravização administrativa dos docentes. Foi-lhe desfavorável a versão, inverosímil, segundo a qual o convite e a aceitação surgiram momentos após a sua declaração pública em contrário e escassas horas antes do anúncio oficial. Aceitaram os que acreditam no Pai Natal. Numa palavra, fez o suficiente para que nenhum professor prudente acredite nela. Para início e em tão pouco tempo, pior seria difícil. Não espanta que Isabel Alçada seja ministra sem anteriormente ter sentido necessidade de dizer o que pensa do sistema educativo. Sócrates pensará por ela. Lurdes Rodrigues já pensou por ela. Aliás, no fim da cerimónia de remodelação governamental, a agora ex-ministra foi profética quando sublinhou, repetidas vezes, com o cinismo que a caracteriza, a sua muita confiança no novo governo. Os mais atentos sabem que tem razão, porque Isabel Alçada não tem identidade política. Melosa e sorridente, foi alistada para continuar a contar histórias, agora aos professores. Da política tratará Sócrates, Silva Pereira, Santos Silva e Francisco Assis. Fala-se muito no poder da Assembleia da República para corrigir os erros de política educativa da anterior legislatura. Mas desvaloriza-se, nessa fé, a circunstância de Sócrates não os reconhecer. Desvaloriza-se, nessa compreensível ânsia de sacudir um jugo de 4 anos, que uma coisa é a cavalgada fácil do descontentamento generalizado, para colher votos, outra é entender a importância estratégica da Educação. Como tal, a realidade mostra que os partidos, todos os partidos, a ignoram. Imediatamente após ter sido indigitado primeiro-ministro, Sócrates assumiu, para espanto dos sensatos, que tanto lhe dava uma coligação com o PSD, como com o PCP, CDS ou BE. Revelou assim, sem delongas, a ideologia do PS que lidera e a manhosice que porá na navegação táctica que se segue. Na peugada, aliás, recordo-o para os de memória curta, de Soares e Guterres: o primeiro meteu rapidamente o socialismo na gaveta, para governar com o CDS; o segundo trocou sem rebuços a coerência política por umas fatias de queijo Limiano. Com este pano de fundo, espera-nos uma aventura de curvas à direita e contra-curvas à esquerda. No primeiro cruzamento, podemos ser surpreendidos por um paradoxo: para suspender tacticamente um modelo de avaliação do desempenho que já não existe, reforçaremos estrategicamente um poder que se instala sob a nossa ingenuidade. Não me entendem? Estejam atentos aos próximos capítulos!”
Apache, Outubro de 2009